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Camboja: há 40 anos a queda do regime de Pol Pot

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 09-01-2019, Gaudium Press) Há exatos 40 anos, em janeiro de 1979, o Camboje foi invadido por tropas militares e foi deposto o regime de Pol Pot, ainda hoje considerado um dos mais brutais da história.

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A história das atrocidades sistemáticas no Camboja encerrou-se em 7 de janeiro de 1979, depois de ser registrado o extermínio de quase um quarto da população: por volta de 2 milhões de cambojanos foram assassinados durante o regime comuno-anarquista dos khmer vermelhos.

Durante a vigência dese regime despótico, ateu e anti natural, a Igreja foi impedida de atuar, seus membros perseguidos e, fisicamente, ela foi completamente extinta.

Em 2015 os primeiros processos de beatificação de 35 mártires cambojanos foram abertos. Estes católicos foram martirizados durante as perseguições que o regime de Pol Pot realizava metodicamente. Entre os mártires encontram-se bispos, padres, leigos, mulheres e catequistas que foram mortos pela tortura da fome e inanição.

Origem do regime

O doloroso período da história cambojana iniciou em 17 de abril de 1975 quando as tropas dos khmer vermelhos entraram em Phnom Penh. O objetivo deste regime seguidor da ideologia comuno-marxista, é o de criar uma sociedade chamada de agrária, mas que continha acentuados modos primitivos e anticivilizados para a qual a população era conuzida através do chamado processo de “purificação da Camboja”.

A entrada das tropas de Pol Pot confundiu os habitantes que chegaram a aclamar o fato.
Contudo pouco tardou para cair a máscara do regime: algumas horas mais tarde, a população da capital Phnom Penh foi obrigada a deixar a cidade.

Foi assim que teve início uma das maiores migrações forçadas da história recente. A capital cambojana tornou-se uma “cidade fantasma” e iniciou-se para a população um trágico capítulo histórico em que massacres e trabalhos forçados eram a constante.

Perseguições minuciosas, massacres constantes

As minorias étnicas e religiosas foram particularmente perseguidas junto com as pessoas das classes sociais altas.

Os sobreviventes destes horrores recordam que quem usasse óculos era preso. Para os fanático seguidores desta seita criada por Pol Pot, os óculos eram associados a alto grau de instrução e precisavam ser perseguidos.

Centenas de milhares de pessoas sem aptidões e condições foram obrigadas a trabalhar nos campos. Muitos jovens adolescentes foram obrigados a se alistar no exército.

Escolas, bancos e hospitais foram abolidos. A moeda não tinha valor e a economia era na base do escambo, quando os bens excistiam. Crimes ininterruptos marcaram o regime.

Uma situação emblemática deste regime de ateísmo, massacres e torturas é um colégio de Phnom Penh que foi transformado em prisão e hoje foi transformado em um memorial para recordar o horror daqueles anos.

Cai o Regime

Uma guerra entre o Camboja e o Vietnã, também comunista, determinou o fim do regime de Pol Pot.

No ano de 1979 os soldados vietnamitas, com melhores equipamentos, invadiram o Camboje e o governo anarquista de Pol Pet foi deposto. As tropas do khmer vermelhos foram obrigadas a se refugiar nas florestas e montanhas.

Condenações por genocídio

Recentemente o Tribunal especial para o governo comunista de Pol Pot emitiu duas sentenças de condenação por genocídio contra dois líderes khmer vermelhos.

Nuon Chea, braço direito de Pol Pot e de Khieu Samphan, na época chefe de Estado cambojano foi condenado. Foi a primeira sentença de culpa que reconhece o genocídio.

O Tribunal especial para os crimes do regime da época foi instituído em 2006, com um acordo entre a Camboja e as Nações Unidas.

Os Mártires dos khmer vermelhos

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A Igreja cambojana, vítima primária e preferida da fúria devastadora dos khmer vermelhos foi fisicamente extinta.

Em 2015 abriu-se a fase diocesana do processo de beatificação de 35 mártires cambojanos. Todos eles foram mortos durante as perseguições do regime de Pol Pot.

Bispos, padres, leigos, mulheres e catequista foram mortos por ódio a Fé. Um dia o mundo verá que a memória destes mártires manteve viva uma Igreja que é imortal.

Quanto aos algozes… Bem os algozes eram simplesmente algoses, e continuam como tal. Seus nomes morreram com eles. Deles só resta a história que o mundo já esqueceu. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)

 

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