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Domingo de Ramos ou da Paixão?

Redação (Sexta-feira, 12-04-2019, Gaudium Press) Por ocasião do Domingo de Ramos, que a Igreja Católica celebrará nesse próximo domingo, 14 de abril, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou um texto de autoria de Dom Armando Bucciol, presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB.

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O prelado recorda que com a festividade do Domingo de Ramos, a Igreja entra na ‘grande Semana’, fazendo memória dos últimos acontecimentos da vida de Jesus. Este dia é intitulado pelos textos litúrgicos como Domingo de Ramos ou da Paixão.

Duas dimensões que se destacam na história que deu origem aos ritos dessa ocasião são a Realeza de Cristo e seu sofrimento. “São as duas componentes do Mistério pascal: a paixão e morte oprobriosas e a exaltação messiânica do Senhor”, ressaltou o Bispo.

Os dois ritos têm origem no século IV, quando a Igreja de Jerusalém recordava a entrada triunfal de Jesus na cidade santa realizada segundo a profecia de Zacarias: “Agora o teu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montando num jumento” (Zc 9,9).

De acordo com Dom Armando Bucciol, o título “da Paixão” dado a este domingo vem da Igreja de Roma que, neste dia, focalizava a memória da Paixão do Senhor. “Orações e leituras mantêm este trato e a leitura do Evangelho da Paixão é o momento mais significativo da liturgia deste domingo”, assegura.

Apesar de não saber ao certo a data na qual se originaram essas duas diferentes tradições litúrgicas, o presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB garante que foram acolhidas reciprocamente pelas duas grandes Igrejas e suas tradições litúrgicas. “Com certeza, já na primeira metade do século VII, na Espanha, isso acontecia, como testemunha santo Isidoro de Sevilha”, salienta.

Durante o pontificado de Papa Pio XII, as reformas litúrgicas da Semana Santa mantiveram o sentido originário da festa, polindo-a dos elementos que não tinham coerência com a sua identidade. “A procissão de ramos, ao longo dos séculos e nas diferentes tradições litúrgicas, recebeu sempre mais solenidade e participação popular”, explica.

O prelado esclarece ainda que todas as orações da Missa deste domingo destacam e unem o mistério da morte com o evento da ressurreição, como no prefácio que diz: “Sua morte apagou nossos pecados, sua ressurreição nos trouxe vida nova”. Ou ainda como escreveu Paulo na II leitura da carta aos Filipenses: “De fato, o Pai, ‘exaltou’ (ressuscitou) o Filho Jesus Cristo, e agora ‘toda língua’ proclame que Ele é ‘o Senhor’.

Dom Armando Bucciol conclui sua mensagem desejando que “iluminados e orientados pela espiritualidade da liturgia, vivamos a Semana Santa neste equilíbrio entre morte e vida, sacrifício e solidariedade, empenho e esperança, sofrimento e amor. Cientes de que a morte de Jesus é expressão de seu grande amor, e que a ressurreição é a luz que se irradia em todos os dias não só da Semana, mas de toda a nossa vida”. (EPC)

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