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Acadêmico australiano adverte sobre desafios da educação católica no país

Austrália – Sidney (Terça-feira, 18-06-2019, Gaudium Press) O Doutor Kevin Donnelly, Pesquisador Sênior da Universidade Católica Australiana e autor de vários livros sobre cultura e educação, dedicou um artigo no periódico católico The Catholic Weekly para destacar as bondades da educação católica na Austrália e contrastá-las com as situações que geram “sérias ameaças” ao seu desenvolvimento e promoção. As escolas católicas fomentam a excelência, especialmente entre os menos favorecidos, mas padecem tentativas de controle através do orçamento e a imposição de um currículo estatal.

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Além de prover uma educação pelos pais de família devido as suas crenças e valores, as escolas católicas realizam uma notável contribuição que beneficia não apenas os fiéis, mas que repercute em toda a sociedade. Os estudos reconhecem que as instituições de identidade católica “oferecem um ambiente disciplinado na aula, uma educação que se dirige à criança integralmente e que promove a equidade e a excelência acadêmica”, referiu o pesquisador. “A investigação também mostra que as escolas católicas são úteis para fortalecer o que o acadêmico norte-americano James Coleman descreve como capital social”.

“As escolas católicas têm êxito em ajudar aos estudantes de ambientes desfavorecidos a conquistar bons resultados acadêmicos”, indicou o Dr. Donnelly. “Depois de ingressar a força laboral, os estudantes que assistiram a escolas católicas também têm mais probabilidades de ser voluntários e conquistar o êxito financeiro”. Estes benefícios se somam a uma notável economia ao estado, já que os alunos destes centros não recebem os mesmos recursos que os que se destinam aos alunos em escolas governamentais. A economia é superior se se tem em conta que os pais de família que enviam os seus filhos para escolas católicas financiam com seus impostos a educação pública que seus filhos não usam, enquanto cobrem com seus próprios recursos os gastos adicionais da educação de seus filhos que não são cobertos plenamente pelo estado.

Ameaças às escolas católicas

“Apesar do êxito e os benefícios das escolas católicas, os críticos laicistas argumentam que o financiamento a essas escolas deveria reduzir-se, supostamente, já que somente servem aos ricos e privilegiados na sociedade”, denunciou o acadêmico. “Se ignora que a maioria das escolas católicas atendem a comunidades socioeconômicas de classe média e baixa”. Além destas vozes que pretendem reduzir o apoio, as escolas católicas enfrentam tentativas de intervenção estatal qualificados pelo Dr. Donnelly como “intrusivas e injustificadas”.

A intervenção oficial pode se dar através de condicionamentos ao financiamento ao exigir resultados em provas nacionais, a creditação de docentes ou a publicação dos planos de estudo e o rendimento escolar. No entanto, “uma das ameaças mais sérias para as escolas católicas e para sua capacidade para permanecer fiéis à sua Fé e aos ensinamentos da Igreja é o plano de estudos obrigatório do estado”, alertou. O acadêmico descreveu este requisito como “um plano de estudos que adota um foco profundamente secular da educação e que ignora a importância vital da judeu-cristandade”. As numerosas referências à história, cultura e espiritualidade aborígenes contrastam com “uma referência mínima ao cristianismo e sua contribuição à civilização ocidental e a sociedade australiana”.

“Se ignora que o cristianismo sustenta nossos sistemas políticos e legais, e que grande parte da música, arte e literatura da Austrália e Ocidente somente podem ser entendidas e apreciadas plenamente se se tem conhecimento do Novo Testamento”, lamentou o investigador. “Também é preocupante que grande parte da educação moderna adote uma visão pós-moderna relativista e subjetiva do conhecimento (…). Como resultado, não há absolutos nem verdades, já que o conhecimento é simplesmente uma construção social que reforça o poder da classe dominante”.

Esta imposição ideológica se soma aos projetos de limitar a liberdade religiosa das instituições mediante a eliminação do direito a escolher quais alunos podem se inscrever ou quais mestres se deseja contratar para manter a identidade da instituição. “Especialmente na área de gênero e sexualidade, melhor ilustrada pelos eventos no Reino Unido onde as escolas cristãs têm sido penalizadas por não adotar a visão secular imposta pelo estado, existe uma possibilidade clara de que as escolas já não poderão ensinar de acordo com seus princípios religiosos e crenças”, advertiu. (EPC)

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