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Assim terminará a História da humanidade

Redação (Sexta-feira, 12-07-2019, Gaudium Press) Após o fim do mundo, Nosso Senhor realizará a ressurreição dos mortos. Os eleitos brilharão pela sua pulcritude, enquanto que os precitos serão asquerosos.

Assim terminará a História da humanidade-foto Arquivo Gaudium Press.jpg

Anjos serão enviados a todos os recantos da Terra

Afirma Dr. Plinio Corrêa de Oliveira:
“Devemos sempre ter presente toda a beleza que essa verdade encerra, e o quanto ela foi, ao longo da História da Igreja, ensinada e fundamentada pelos maiores e mais ilustres expoentes da Teologia católica.”

Recordando uma das provas da ressurreição apresentada por São Tomás de Aquino, continua o grande líder católico do século XX:
“Posto que o homem procura como meta final a alegria perfeita, a qual não pode ser achada senão na eterna bem-aventurança, tem
de haver uma vida após a morte e uma ressurreição da carne. Sob pena de que tudo neste universo seja coisa errada, fracassada, e sem sentido.

“De fato, para que viver, se não existe este objetivo de alcançar a felicidade sem limites, infinita, sem sombras, onde compreendemos eternamente, na medida de nós mesmos, o eterno, o insondável e perfeitíssimo que é Deus? Ver Deus em Deus, ver Deus na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, vê-Lo em Nossa Senhora, nos Anjos e nos Santos!

“Esta é a autêntica alegria. O que não for isto, é burla em matéria de felicidade.”

Estando sentado no Monte das Oliveiras, o Redentor disse aos seus discípulos que, no fim dos tempos, “Ele enviará os Anjos aos quatro cantos da Terra e reunirá os eleitos de Deus de uma extremidade à outra da Terra” (Mc 13, 27).

Quer dizer, a ressurreição dos mortos será operada por Deus, servindo-se do ministério dos Anjos. O Doutor Angélico divide em dois atos a ressurreição: reunir os respectivos restos de cada corpo que se encontram espalhados e, em seguida, reconstituir todos os corpos. Estas duas tarefas estarão a cargo dos Anjos. No que diz respeito à união de cada alma ao respectivo corpo, caberá unicamente a Deus realizá-la, bem como a glorificação dos corpos dos bem-aventurados.

Os corpos dos bons serão fulgurantes e belos

Os corpos dos que se salvaram assumirão quatro características: claridade, impassibilidade, agilidade e sutileza. A primeira delas reflete no corpo a luz da visão beatífica, tornando-o fulgurante em virtude da claridade da qual goza o espírito.

Essa fulguração torna belos os corpos dos bem-aventurados, conforme declara o Apóstolo:
“Nós, porém, somos cidadãos do Céu. De lá aguardamos o nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu Corpo glorioso, com o poder que tem de sujeitar a Si todas as coisas” (Fl 3, 20-21).

Evidentemente não serão todos iguais, pois haverá uma imensa gradação de pulcritude dos eleitos, de acordo com a santidade que atingiram.

A impassibilidade diz respeito à imortalidade e à isenção de qualquer dor, pois o corpo terá supremo bem-estar como fruto de sua perfeita submissão à alma: “Deus tirará toda lágrima de seus olhos; não haverá mais morte, nem luto, nem gemidos, nem dor” (Ap 21, 4).

Por fim, a agilidade e a sutileza confirmam a supremacia do espírito sobre a matéria, uma vez que os corpos dos Santos não estarão mais sujeitos às presentes contingências ou aos efeitos físicos impostos pelos outros corpos. Poderão mover-se com máxima rapidez e transpor os obstáculos com toda facilidade.

Os últimos fiéis não morrerão

A respeito da frase de São Paulo: “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (I Cor 15, 20), comenta Monsenhor João Clá:

“A partir do momento em que o Redentor constituiu seu Corpo Místico, do qual Ele é a Cabeça, não se compreenderia que só Ele ressuscitasse, pois seu desígnio consiste em abrir o caminho para o Corpo inteiro gozar do mesmo benefício.

“Caso Nosso Senhor ressurgisse dos mortos e todos os membros da Igreja triunfante permanecessem no Céu apenas em alma, mesmo após o Juízo Final, esta seria uma obra disforme, pouco condizente com o seu modo divino de proceder.”

O Apóstolo também escreve:

“Ressuscitarão, em primeiro lugar, os que morreram em Cristo; depois nós, os vivos, que ainda estivermos em vida, seremos arrebatados, junto com eles, sobre as nuvens, ao encontro do Senhor, nos ares.” (I Ts 4, 16-17).

A respeito desse belíssimo trecho, Dr. Plinio Corrêa de Oliveira tece os seguintes comentários:

“Os últimos fiéis que perseverarem na Fé, no fim do mundo, serão incomparáveis, alcançando alto grau de santidade. Não morrerão, sendo levados diretamente para o Céu. […] Nesses fiéis a Igreja terá realizado a plenitude de sua perfeição. Serão eles a beleza máxima da Esposa Mística de Cristo. […]

“Será o ósculo de Nosso Senhor na Igreja militante, que expira e se transforma na mais rutilante joia da Igreja gloriosa. “A História da humanidade estará encerrada.”

Os condenados serão tenebrosos e horrendos

Os condenados também ressuscitarão. Explica São Tomás:
“Como sua alma estará voluntariamente separada de Deus e privada de seu próprio fim, seus corpos não serão espirituais, ou seja, sujeitos totalmente ao espírito, senão que sua alma será carnal pelo afeto.

“Tais corpos não serão ágeis, nem obedientes à alma, sem dificuldade, mas serão graves e pesados, de certo modo insuportáveis à alma, tais quais são as mesmas almas que se afastaram de Deus pela desobediência.”

Estarão sujeitos a terríveis dores e as respectivas almas serão “atormentadas pela privação total do desejo natural da bem-aventurança”.

E pelo fato de estar a alma excluída da luz do conhecimento divino, seus corpos serão “opacos e tenebrosos”. Tornar-se-ão horrendos como os demônios aos quais serviram.

“Sobre esses desgraçados, triunfará a morte. Ressuscitarão para ser lançados na morte eterna.”

Que a Santíssima Virgem nos conceda a graça de sermos inteiramente fiéis à Igreja para que possamos, de corpo e alma, glorificar a Deus por toda a eternidade.

Por Paulo Francisco Martos
(in “Noções de História Sagrada” – 201)

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1 CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Ressurreição e felicidade eterna. In revista Dr. Plinio, São Paulo. Ano V, n. 48 (março 2002), p. 16.17.
2 Cf. SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. Suplemento, q.76, a.3
3 Cf. SÃO TOMÁS DE AQUINO. In Símbolo dos Apóstolos. Art.11.
4 Cf. GARRIGOU-LAGRANGE, OP, Réginald. L’Éternelle vie et la profondeur de l’âme. Paris: Desclée de Brouwer, 1953, p.332-333.
5 CLÁ DIAS, João Scognamiglio. EP. O inédito sobre os Evangelhos. Vaticano: Libreria Editrice Vaticana; São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, v. VII, p. 191.

6 O Profeta Elias: seu papel histórico. In revista Dr. Plinio. Ano I, n. 4 (julho 1998), p. 19.
7 Suma contra os gentios, Livro IV, c. 89.
8 CLÁ DIAS, op. cit. 2012, v

 

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