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Uma Bomba Atômica cai na Católica Nagasaki

Redação (Sexta-feira, 09-08-2019, Gaudium Press) O Dia 9 de agosto é o dia de um aiversário que ninguém gostaria de comemorar.
Há 74 anos explodia sobre Nagasaki a segunda bomba atômica lançada sobre o Japão, já no final da Segunda Guerra Mundial.

Uma Bomba Atômica cai na Católica Nagasaki - Foto rquivo Gaudium Press.jpg

Nagasaki uma região de católicos

Nagasaki era a região onde se concentrava uma boa parte dos católicos japoneses.

E, já naquela época, sabia-se que historicamente ela já contava com uma rica história de mártires cristãos durante o século XVI e XVII.

No dia do lançamento da bomba, a pequena comunidade católica japonesa em Nagasaki perdeu dois terços dos seus membros.

Uma mudança de alvo

Depois da destruição de Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945, o próximo alvo deveria ser Kokura, com o intuito de forçar a rendição do Japão.

Porém, afirma-se que a mudança de clima fez com que Nagasaki fosse o alvo.

Nessa época, em Nagasaki havia 240 mil habitantes.

A bomba ali atirada matou de imediato cerca de 75 mil pessoas. E nos dias seguintes, morreu aproximadamente o mesmo número de pessoas por causa de feridas e doenças ocasionadas pela radiação.

A católica Nagasaki, na história

Desde o século XVI, Nagasaki foi importante centro do catolicismo no Japão, impulsionado pelos missionários jesuítas e franciscanos.
Entretanto, a perseguição aconteceu quase de maneira imediata foi recordada em 2007, no livro das memórias do Cardeal Giacomo Biffi.

O Cardeal conta que sofreu forte impacto com a notícia das bombas em 1945.

E o Cardeal recorda a história desse país onde os católicos tanto sofreram.

“Desde o século XVI surgiu a primeira comunidade católica sólida em Nagasaki (Japão)”, recorda.

“Em Nagasaki no dia 5 de fevereiro de 1597, trinta e seis mártires (seis missionários franciscanos, três jesuítas japoneses e vinte seis leigos) entregaram a vida por Cristo e no ano 1862 foram canonizados por Pio IX”, destaca o Cardeal, recordando a história.

Entretanto, “quando retomaram a perseguição em 1637, foram assassinados cerca de trinta e cinco mil cristãos. Depois, a pequena comunidade começou a reunir-se nas catacumbas, separada do resto da catolicidade e sem sacerdotes; mas não foi extinguida”, lembra Biffi.

Nosso coração é semelhante ao seu…

Continuam as memórias do Cardeal:

Em 1865 “o Pe. Petitjean descobriu esta ‘Igreja clandestina’, que foi divulgada depois de comprovarem que ele vivia o celibato, que era devoto de Maria e obedecia ao Papa de Roma; e sendo assim a vida sacramental foi retomada regularmente”.

Aqueles reminiscentes dos primeiros mártires católicos reconheceram no Pe. Petitjean um coração semelhante ao deles.

Quase vinte anos depois, em 1889 “foi proclamada a plena liberdade religiosa no Japão, e todo refloresce. No dia 15 de junho de 1891 foi criada canonicamente a diocese de Nagasaki, a qual em 1927 acolheu Dom Hayasaka, primeiro bispo japonês, consagrado pessoalmente por Pio IX. Do Schmidlin devemos saber que em 1929 dos 94.096 católicos japoneses, cerca de 63.698 são de Nagasaki”, recorda o Purpurado.

Eram 63 mil, 16 anos antes da Bomba

Dezesseis anos antes da explosão atômica, viviam em Nagasaki mais de 63.000 fiéis. Desta forma, logo após este breve resumo do catolicismo nesta cidade, o Cardeal escreveu:

“Vamos supor que as bombas atômicas não tivessem sido jogadas ao azar. Essa pergunta se torna inevitável: por que foi escolhida para a segunda bomba, entre todas, precisamente a cidade do Japão onde o catolicismo, além de ter a história mais gloriosa, estava mais difundido e afirmado?”. (JSG)

 

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