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Conversões Forçadas no Paquistão: assunto que a mídia nem sempre trata

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 12-08-2019, Gaudium Press) O Vatican News afirmou que nem sempre a mídia internacional trata de certos assuntos relevantes.

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Isto não significa que eles não existam ou que não sejam importantes. E um desses assuntos é o problema das conversões forçadas ao islã.

No último dia 08 de agosto, quinta-feira, foi promovida uma entrevista coletiva de imprensa em Karachi, no Paquistão, para denunciar abusos e violências, em particular no confronto de hindus e cristãos que ali são constantes.

A coletiva de imprensa que a advogada católica paquistanesa Tabassum Yousaf realizou teve como intuito focar e chamar a atenção para o fenômeno dramático das conversões forçadas.

Número impressionante que se repete todo ano

A cada ano, pelo menos mil de nossas jovens são sequestradas, estupradas, forçadas a se converter ao Islã e obrigadas a se casar com seus torturadores, denunciou Yousaf em um comunicado distribuído a jornalistas.

Dia das Minorias e resoluções

A coletiva organizada pela jornalista Tabassum Yousaf foi realizada também no contexto do Dia das Minorias, que no Paquistão realiza-se a 11 de agosto e pretende aprofundar o tema das medidas que naquele país poderiam permitir não só a proteção das minorias, mas também o seu desenvolvimento.

“Nossos jovens não têm acesso a uma educação adequada e, portanto, são penalizados também na busca de um emprego”, disse Yousaf, que com a colaboração do cardeal Coutts elaborou uma resolução em 10 pontos para a promoção das minorias que foi assinada pelos participantes da coletiva.

Casamentos, sequestros, conversões forçadas, na Resolução

No primeiro ponto da resolução apela-se para que a idade mínima para o casamento seja fixada em 18 anos.

No seu ponto 9 a resolução pede tutelas jurídicas contra sequestros e conversões forçadas que não são permitidas pela própria religião islâmica.

Ministro Federal para Minorias e Voz às exigências

Nas Resoluções é pedido um ministro federal para as minorias, uma lacuna ainda não preenchida desde a morte de Shahbaz Bhatti, em 2011.

Apela-se ainda à comunidade internacional e em particular ao Ocidente, para que deem voz à exigência de justiça e de direitos que provém das minorias do Paquistão

Outras vozes defendem direitos dos Cristãos

O advogado cristão paquistanês de 38 anos, Sardar Mushtaq Gill, também defende os cristãos perseguidos naquele país.

Em uma entrevista ao jornal vaticano L’Osservatore Romano publicou uma extensa entrevista com Mushtaq Gill.

O jovem advogado cristão diz:
“A vida das minorias religiosas no Paquistão é marcada pela violência, discriminação, abuso dos direitos humanos fundamentais, denuncia o advogado”. (…)

“O Governo deveria ter plena consciência deste fato e agir em conformidade, a fim de proteger os cidadãos paquistaneses não muçulmanos e promover o Estado de direito, a justiça e a liberdade”.

Segundo diz Mushtaq Gill na entrevista ao jornal do Vaticano, a violência contra os cristãos e os episódios de intolerância estão em ascensão no Paquistão e muitas famílias hoje sofrem somente por causa da sua fé.

Para Gill, o Dia dedicado às minorias, celebrado no domingo último, serve, precisamente para recordar que os cidadãos cristãos não devem ser discriminados ou perseguidos impunemente, mas, “têm os mesmos direitos e deveres, devem gozar de igualdade de oportunidades e viver uma vida pacífica no país”.

Organizações internacionais

Por isso é preciso também do apoio das organizações internacionais, assim como de uma investigação delas para que se possa esclarecer a situação, respondendo às preocupações sobre a falta de respeito pela liberdade religiosa.

Cristãos que esperam a morte nas prisões

Não se esqueceu as vidas de pessoas inocentes que definham no corredores da morte nas prisões paquistanesas.
São seres humanos acusados falsamente com base numa descriminatória lei conhecida como “lei da blasfêmia” que pune supostos desrespeitos ao Islã ou a Maomé e que “estão atravessando um longo calvário judiciário” com a prisão, perda dos seus empregos e casas ou a obrigação de viver escondidos para escapar às execuções sumárias.

Entre os casos mais recentes de utilização indevida da lei da blasfêmia, recorda-se o dos cônjuges cristãos Shafqat Emmanuel e Shagufta Kausar, condenados à morte em 2014 sob a acusação de terem enviado mensagens blasfemas através do celular.

Bispos Católicos

Sobre o respeito da proteção das minorias, a voz da Comissão de Justiça e Paz dos Bispos católicos do Paquistão também se elevou, pedindo ao governo medidas urgentes.

É necessário continuar deixar ligado os holofotes sobre a difícil condição em que vivem as minorias. (JSG)

 

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