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Como explicou São João Paulo II a “dormição” da Virgem Maria

São Paulo – SP (Quinta-feira, 15-08-2019, Gaudium Press) A propósito da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, vamos recordar as palavras de São João Paulo II quando explicava a “dormição” da Virgem Maria, em sua catequese de 25 de junho de 1997, ao consagrar seu pontificado à Mãe de Deus com seu lema “Totus tuus” (Todo teu).

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Pio XII e a “dormição”

João Paulo II recordou na ocasião que, quando Pio XII proclamou o dogma da Assunção da Virgem Maria em 1º de novembro de 1950, o Papa “não quis negar o fato da morte, mas apenas não julgou oportuno afirmar solenemente a morte da Mãe de Deus, como verdade que devia ser admitida por todos os crentes”.

Destino de Maria

“Refletindo sobre o destino de Maria e sobre a sua relação com o Filho divino, parece legítimo responder afirmativamente: dado que Cristo morreu, seria difícil afirmar o contrário no que concerne à Mãe”, disse o santo que, como se sabe, considerava o Terço como sua oração favorita.

Em seguida, São João Paulo II citou dois santos que se referiram a este tema: São Modesto de Jerusalém, falecido no ano 634, e São João Damasceno, que morreu no ano 704.

Este último escreveu sobre a Virgem Maria, que “aquela que no parto ultrapassou todos os limites da natureza”, ao ser assunta ao céu, despojou-se “da parte mortal” para “se revestir de imortalidade, porque nem o Senhor da natureza rejeitou a experiência da morte”.

Morte e castigo do pecado

João Paulo II continuando em suas reflexões destacou que “É verdade que na Revelação a morte se apresenta como castigo do pecado.

Todavia, o fato de a Igreja proclamar Maria liberta do pecado original por singular privilégio divino não induz a concluir que Ela recebeu também a imortalidade corporal.

A Mãe não é superior ao Filho, que assumiu a morte, dando-lhe novo significado e transformando-a em instrumento de salvação”.

“Para ser partícipe da ressurreição de Cristo, Maria devia compartilhar antes de mais a Sua morte”, destacou.

Novo testamento e morte de Maria

São João Paulo II também afirmou que, embora o “Novo Testamento não ofereça qualquer notícia sobre as circunstâncias da morte de Maria”, este silêncio “induz a supor que esta se tenha verificado normalmente, sem qualquer pormenor digno de menção. Se assim não tivesse sido, como poderia a notícia permanecer escondida aos contemporâneos e, de alguma forma, não chegar até nós?”.

São Francisco de Sales – “morrer de amor por Jesus”

João Paulo II cita São Francisco de Sales, que considerou que “a morte de Maria se tenha verificado como efeito de um transporte de amor. Ele fala de um morrer ‘no amor, por causa do amor e por amor’, chegando por isso a afirmar que a Mãe de Deus morreu de amor pelo seu filho Jesus”.

Maturação da Graça na Gloria

Em todo caso, recorda o Papa mariano, “qualquer que tenha sido o fato orgânico e biológico que, sob o aspecto físico, causou a cessação da vida do corpo, pode-se dizer que a passagem desta vida à outra constituiu para Maria uma maturação da graça na glória, de tal forma que jamais como nesse caso a morte pôde ser concebida como uma ‘dormida'”.

…enriqueceu a pessoa da Virgem

“A experiência da morte enriqueceu a pessoa da Virgem: passando pela comum sorte dos homens, ela pode exercer com mais eficácia a sua maternidade espiritual em relação àqueles que chegam à hora suprema da vida”, concluiu João Paulo II.

(JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações ACI Digital)

 

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