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Bispo gaúcho comenta valor da gratuidade e da gratidão

Frederico Westphalen (RS) (Quinta-feira, 10-10-2019, Gaudium Press) “O Valor da gratitude e da gratidão”. Com este título, a propósito das leituras litúrgicas propostas para o próximo domingo, 13 de outubro, o bispo de Frederico Westphalen, Dom Antônio Carlos Rossi Keller, teceu alguns comentários publicados no site da Diocese.

 

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O Prelado inicia seus comentários afirmando que “ao escutarmos as leituras deste 28º Domingo do Tempo Comum reparamos na importância dada à cura do leproso Naamã, bem como à cura dos dez leprosos por parte de Jesus”.

“O general sírio Naamã, -diz o Bispo- cujo relato ouvimos na 1ª leitura (2ª Reis 5,14-17), ao lavar-se sete vezes no rio Jordão e sentindo-se curado, volta atrás para agradecer a Eliseu com um presente, mas este recusa-se a aceitá-lo”.

Ele “não deseja que Naamã pense que o milagre é obra sua, mas pura gratuidade de Deus. Também os leprosos, de que nos fala o Evangelho (Lucas 17,11-19), foram limpos de modo extraordinário pela ação de Deus, através de Seu Filho, Jesus”, comentou.

Lepra: figura do pecado

Dom Rossi prossegue:

“É conveniente recordar que no tempo de Jesus havia quatro categorias de pessoas que eram igualadas ao morto: o pobre, o cego, o leproso e aquele que não tinha filhos. Os leprosos não podiam chegar perto das povoações e os lugares onde viviam eram considerados impuros. A lepra era a própria figura material do pecado.

Perante esta mentalidade compreendemos por que razão os dez leprosos se mantiveram à distância e, de longe, tenham gritado, não pedindo a Jesus que os curasse, mas que tivesse compaixão deles. Jesus, ao vê-los, mandou-os mostrar-se aos sacerdotes, pois a Lei determinava que, quem ficasse curado da lepra, deveria cumprir essa prescrição, para ser examinado, considerado são, e oportunamente poder ser integrado na comunidade. Eles seguiram, então, o seu caminho. Enquanto caminhavam sentem-se curados. A cura não se dera imediatamente, mas enquanto eles se põem a caminho. Um deles, sentindo-se curado, volta para trás ao encontro de Jesus, lança-se aos seus pés para Lhe agradecer. É um samaritano, um estrangeiro. “

Estamos sujeitos ao pecado

Dom Rossi comenta o simbolismo dos números e tira aponta um ensinamento oriundo das leituras:

“Um pormenor importante do texto é o número dos leprosos: são dez.

Na Bíblia, o número dez significa simbolicamente a totalidade.

Logo, estes dez representam a totalidade de todo o povo, de toda a humanidade.

Todos estamos sujeitos à lepra do pecado. Esta doença une entre si judeus e samaritanos, isto é, associa pessoas que, quando saudáveis, se consideram inimigos obstinados.

Daí que os dez não se tenham procurado salvar cada um por si mesmo. “

Só um reconheceu o bem que recebeu…

“O único que reconheceu imediatamente o bem e a salvação que recebera, foi o samaritano. Por isso voltou atrás para agradecer e dar glória a Deus.

“Jesus -comenta o Prelado- fica admirado por ter sido um estrangeiro que teve necessidade de se prostrar, mostrando a sua gratidão”.

Jesus “levanta-o e ordena-lhe que prossiga o seu caminho, pois que a sua fé o tinha salvado. “

Deus não se afasta dos homens

“O samaritano ao ir ter com Jesus reconhece a razão por que tinha sido mandado aos sacerdotes.

Agora, está em condições de testemunhar a Boa Nova: Deus enviara ao seu povo Aquele que os profetas tinham anunciado como o salvador, o Messias. Deus não se afastara dos homens!”

Uma tentação: desejar ser reconhecido sem merecimento

“Na nossa vida somos, por vezes, tentados a desejar o reconhecimento dos demais perante aquilo que fazemos, mas que no fundo não é obra nossa, mas gratuidade de Deus, em que participamos como simples intermediários.

“São fragilidades nossas de que temos de nos corrigir”, aconselha Dom Rossi Keller, depois de comentar o texto.

(JSG)

 

 

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