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Venezuela é "um campo de concentração", afirma Bispo de Carúpano

Caracas (Quinta-feira, 17-10-2019, Gaudium Press) Em declarações à Agencia ACI Prensa, Dom Jaime Villarroel, Bispo de Carúpano, na Venezuela, descrevendo a ação do Governo de Caracas, afirmou que Nicolás Maduro faz da Venezuela “um campo de concentração” e uma tragédia “que se assemelha ao que a Europa viveu após a Segunda Guerra Mundial”.

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Segundo informações recolhidas em dados mais recentes, prevê-se que a Venezuela terá, até o final deste ano, cerca de cinco milhões de migrantes e deslocados, ou seja, quase 15% da população do país.

Dom Jaime Villarroel explicou à ACI Prensa que a Venezuela vive uma situação semelhante à dos campos de concentração nazistas.

O Prelado afirmou que “Quando um governo, sabendo o que seu povo sofre, deixa as crianças morrerem por desnutrição, o povo por falta de remédios para a pressão ou antibióticos e permite que grupos violentos controlem a cidadania, faz com que o nosso país seja um campo de concentração”.

Violência

Sobre a violência, o Bispo descreveu a situação com fatos diários:

“Encontramo-nos trancados em nossas próprias casas, porque as ruas estão tomadas de grupos armados e violentos que podem nos assassinar por um simples telefone ou um par de sapatos.

É uma tragédia que se assemelha à que a Europa viveu depois da Segunda Guerra Mundial, quando muitas pessoas, por pensarem diferente, foram levadas para os campos de concentração e exterminadas. A Venezuela está nesta situação”, expressou.

Economia e Saúde

Entre as graves dificuldades que Dom Villarroel destacou, está a “hiperinflação que sofre a economia do país, que faz com que o salário de uma família média não chegue a 2 dólares por mês”.

Nos hospitais, também se enfrenta uma grave situação porque “não há insumos médicos” e são os doentes que devem levar tudo o que precisam para o seu tratamento.

A situação é tão grave que, segundo o Bispo de Carúpano, “mais de 20% das crianças da Venezuela estão morrendo de desnutrição.

No ano passado, morreram mais de 18 mil recém-nascidos e mais de 20% das mães que dão à luz no país morrem, porque não há atendimento médico na Venezuela”.

Emigração – Escravidão – Oração

A escassez de todos os gêneros e a violência fizeram com que 4,5 milhões de venezuelanos deixassem o país, a grande maioria atravessa a fronteira da Colômbia, mas, embora seja menos conhecida, de Carúpano é muito frequente a emigração ilegal para Trinidad e Tobago, uma ilha a menos de três horas, no mar do Caribe.

Recordou um estudo recente que mostrou que existem quase 300 mil venezuelanos em situações de escravidão forçada, prostituição ou tráfico de órgãos. “Desses, 70% são mulheres e 25% crianças”, afirmou a ACI Prensa.

Nesse sentido, além de fazer um chamado para o envio de ajuda material e econômica à Venezuela, Dom Villarroel incentivou a fazer uma “oração pessoal” por seu país.

“Porque o bem da Venezuela é o de toda a humanidade, não porque seja o melhor país do mundo, mas porque salvar um homem é salvar toda a humanidade. E se ajudarmos nesse aspecto, cresceremos em humanidade para criar um mundo melhor e mais solidário”, expressou.

“Precisamos reconstruir o homem, reconciliar, porque há feridas profundas entre os venezuelanos e precisamos do perdão de Deus, que Jesus Cristo nos ensinou com sua palavra”, afirmou.

Esperança

Apesar da situação gravíssima, Dom Villarroel está otimista e enfatiza que “devemos sempre ter esperança, porque é isso que nos salva”.

“Isso, em pouco tempo passará e precisamos do apoio para reconstruir o povo, para que haja oportunidades e desenvolvimento no país, pensando na pessoa, assim como a Igreja faz”.
(JSG)

Da Redação Gaudium Press, com informações Blanca Ruiz – Foto ACI)

 

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