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Médicos da Irlanda do Norte não querem participar de abortos

Belfast – Irlanda do Norte (Terça-feira, 29-10-2019, Gaudium Press) A propósito da obrigação de profissionais da saúde realizar praticas abortivas na Irlanda do Norte, o jornal irlandês ‘The Independent’ informou que o Dr. Andrew Cupples, clínico geral, coletou assinaturas para uma carta que enviou ao Secretário da Irlanda do Norte que cuida dos assuntos da saúde.

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O texto, assinado por médicos, enfermeiras e parteiras, manifesta a oposição às novas leis sobre o aborto e exige proteções concretas que possam garantir que aqueles que se opõem ao aborto possam exercer o direito de objeção de consciência e optar por não realizar e nem ajudar a procedimentos abortivos.

Foram cerca de mil médicos da região que declararam sua recusa em realizar qualquer procedimento médico que leve ao aborto.

Dr. Cupples afirmou ao jornal ‘The Independent’ que “Centenas de profissionais de saúde na Irlanda do Norte se recusarão a participar de serviços de aborto. Existem até pessoas que planejam retirar-se do serviço de saúde caso sejam forçadas a participar de abortos”.

“Também existem pessoas da área de obstetrícia, ginecologia e parteiras que estão preocupadas com as consequências de se recusarem a receber capacitação em temas de aborto, pois poderiam ser obrigadas a fazê-lo ou admoestadas por seus empregadores ou por um organismo profissional”, disse Cupples.

Maioria dos médicos da Irlanda quer realizar abortos

Já em novembro do ano passado, pelo menos 640 médicos clínicos gerais da Irlanda assinaram uma petição objetando a nova obrigação de encaminhar pacientes a outros médicos para os abortos serem praticados.

A maioria dos 2.500 médicos de clínica geral da República da Irlanda não está disposta a realizar abortos. Somente entre 4 e 6% dos médicos disseram que participariam deste procedimento.

Dr. Cupples que deu estas informações a ‘The Independent’ afirmou também que está mais preocupado com as parteiras e outros profissionais que não têm “proteção” depois de serem obrigados a agir sob a nova lei de aborto na Irlanda do Norte.

Novas medidas que facilitam o aborto

A carta dos profissionais da saúde foi escrita após a nova medida que ampliou as causas para práticas abortivas.

No início da semana passada, a legislatura delegada da Irlanda do Norte não conseguiu bloquear as mudanças nas leis de aborto e casamento homossexual aprovadas pelo Parlamento Britânico, que tem autoridade para governar a área na ausência de uma assembleia local em funcionamento.

Anteriormente, o aborto só era permitido na região em casos nos quais a vida da mãe estivesse em perigo ou se houvesse um sério risco de danos permanentes à sua saúde física e mental, caso chegasse ao final da gravidez.

O aborto no Reino Unido

O aborto é legal no resto do Reino Unido até a 24ª semana desde 1967.

A pressão para legalizar o aborto na Irlanda do Norte cresceu depois que em 2018 o referendo legalizou o aborto na República da Irlanda.

A lei na República da Irlanda permite que os médicos que têm objeções de consciência sobre o aborto se abstenham de participar do procedimento, no entanto, os médicos que se opõem ao aborto devem encaminhar as mulheres aos médicos que o realizarão.

No início desse ano, documentos do Departamento de Saúde da República da Irlanda mostraram que os procedimentos de realização de aborto são limitados a nove das 19 maternidades do país, em parte devido aos objetores de consciência.
(JSG)

 

(Da Redação Gaudium Press, com informações ACI Digital)

 

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