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Convento de religiosas na Espanha completa seis séculos de história

Espanha – Salamanca (Quarta-feira, 30-10-2019, Gaudium Press) Com o título “600 anos de luz”, as Irmãs dominicanas do Convento das Senhoras em Salamanca, Espanha, estão celebrando seis séculos de história de seu mosteiro, fundado em 1419 por Juana Rodríguez Maldonado.

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Por ocasião da efeméride, o também Convento de Santa Maria da Consolação, vem realizando vários atos que serão finalizados no dia 06 de novembro com uma Missa de ação de graças que ocorrerá às 11h e será presidida pelo Bispo de Salamanca, Dom Carlos López, na data da fundação do claustro.

São seis séculos de história nos quais as Irmãs dominicanas têm mantido acesa a luz de santidade inspirada por São Domingos de Gusmão, apesar das vicissitudes pelas quais o convento têm passado, entre elas guerras e um colapso que em 1963 afetou grande parte da edificação.

“As Irmãs seguiram sua vida de silêncio, de oração, de trabalho, de louvor”, assinala Sor María Eugenia Maeso, O.P., que desde 1952, data na qual tinha 17 anos de idade, vive no convento.

A religiosa, que viu passar pelo lugar várias dominicanas, enviou um grande agradecimento para elas, já que “mantiveram viva a chama de São Domingos de Gusmão”.

Quarenta e três eram as Irmãs que ali viviam quando Sor Maeso ingressou no convento. Ainda que hoje vivam ali somente 26, seis delas com mais de 90 anos de idade, inclusive uma com 100, destaca em Salamanca a presença dominicana com o passar dos anos.

O Convento das Senhoras, que se encontra muito próximo do Convento de Santo Estevão, foi fundado no ano de 1419 por Juana Rodríguez Maldonado, esposa de Juan Sánchez Sevillano em uma casa por ela doada.

Tal como relata a Irmã Maeso, Juana costumava se reunir para rezar com suas amigas, que tinham uma especial devoção à Nossa Senhora da Consolação, uma imagem gótica que se encontrava no Convento de Santo Estevão. Contam que de vez em quando a mulher solicitava a efígie ao sacristão para levá-la para sua casa, mas em uma ocasião não lhe foi permitido. Para seu assombro, quando chegou em casa, a imagem se encontrava ali.

Isto causou tal impressão em Juana que tomou a decisão de doar o palácio para fundar ali um convento que estivesse sob o título de Santa Maria da Consolação, que logo foi habitado pelas religiosas dominicanas, que se mantiveram no lugar durante 600 anos.

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As Irmãs deixaram de dormir no mosteiro em duas ocasiões. Uma delas foi durante a Guerra Civil Espanhola, quando o prefeito de Salamanca não pode garantir sua segurança. As Irmãs dormiam fora em casa de familiares, mas nunca abandonaram o convento, já que durante o dia voltavam para seus trabalhos cotidianos.

Em 1963 um fato enlutou o mosteiro, a morte de duas das Irmãs: uma postulante e uma noviça, por causa de um colapso que afetou o edifício devido a uma obra de adequação. Esta foi a segunda ocasião na qual as Irmãs se viram impedidas de dormir em seu mosteiro.

Hoje vivem no convento 26 Irmãs dominicanas. Ainda que a comunidade é de vida contemplativa, as religiosas também dividem a jornada para o trabalho manual que lhe proporciona sustento. Por esta razão confeccionam vestidos de menina para uma fábrica em Pamplona, assim como cortinas, e também elaboram doces conventuais.

No mosteiro se encontra ainda o sepulcro de Sor Teresa Chikaba, Irmã dominicana de origem africana, cujo processo diocesano para Canonização foi concluído na Diocese de Salamanca no ano de 2003. (EPC)

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