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“O progresso técnico não conduz à felicidade”, afirma Arcebispo

Estados Unidos – South Bend (Quinta-feira, 21-11-2019, Gaudium Press) Dom Borys Gudziak, Arquieparca católico ucraniano de Filadélfia e Metropolitano da Igreja Greco Católica Ucraniana nos Estados Unidos, foi convidado como um dos principais palestrantes do Congresso de Outono do Centro de Ética e Cultura de Notre Dame, que em sua edição número 21 refletiu sobre o tema “Eu vos chamei de amigos”.

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Em sua conferência, o prelado reconheceu aspectos positivos dos tempos atuais, mas alertou que “no entanto, os tempos não são tão bons. De fato, são similares ao que era em 1914 quando o mundo ocidental estava convencido de que o progresso nos levaria a uma grande felicidade. Então começaram os massacres. Guerras mundiais. Os genocídios”. Um dos sinais de um enganoso bem estar é o estado de solidão e depressão de muitos cidadãos americanos e a grave crise de opióides que cobrou numerosas vítimas no país.

A necessidade de relações reais e o fomento da amizade é uma prioridade social para a atualidade. “É importante centrar-se na amizade porque nenhuma quantidade de bem estar material, educativo, tecnológico e industrial pode compensar as relações às quais estamos chamados”. A experiência do prelado na perseguição da União Soviética é a de uma vasta povoação que foi levada à desconfiança mútua pela vigilância do Estado, mas na qual floresceu uma pequena comunidade de sobreviventes. “(A) Igreja Católica Grega da Ucrânia, que tinha por volta de 4 milhões de membros em 1939, com 3 mil sacerdotes, foi totalmente liquidada em um nível visível”, recordou. “Em 1945-46, todos os Bispos foram presos, centenas de sacerdotes com suas famílias foram deportados à Sibéria. A igreja se tornou ilegal e seguiu sendo a maior igreja ilegal do mundo durante 43 anos até 1989. E foi muito reduzida. Em 1989 somente restavam 300 sacerdotes. Mas que comunidade era! Forjada nesse fogo de perseguição”.

A Igreja viveu outro tipo de amizade, já que as condições de segurança levavam os seus membros a desconhecer inclusive seus nomes. “E, no entanto, eram profundamente amigos de Cristo, e foi uma relação incrível e intensa daqueles na clandestinidade”, relatou o Arcebispo. “A amizade não somente foi algo agradável, mas custou profundamente ser um amigo de Cristo em um sistema ateu totalitário. Custa transmitir a Fé aos teus filhos. Mas os frutos são incríveis”. Desde a recuperação de sua liberdade religiosa, a Igreja Greco Católica Ucraniana superou as cifras de seu florescimento anterior, registrando mais de cinco milhões de fiéis, três mil sacerdotes e 800 seminaristas. “Creio que a história da Igreja Católica Grega da Ucrânia, sua perseguição, sua vida subterrânea, sua sobrevivência… não é uma filosofia, é uma história de fidelidade humana a Deus… a fidelidade das pessoas concretas a Deus e entre si”.

Dom Gudziak definiu a amizade como “a escola da vida espiritual que reflete o dom da relação que temos, em virtude de ter sido criados à imagem e semelhança de Deus. Deus é trino. É pessoal e há relação. Nós como pessoas estamos chamados à relação. Estamos chamados à amizade”. (EPC)

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