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Papa: no Presépio o que importa é que ele fale a nossa vida

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 02-12-2019, Gaudium Press) O Papa Francisco acaba de escrever uma Carta Apostólica onde -a partir de seu título- é ressaltado o significado e valor do presépio: Admirabile Signum – Admirável sinal.

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“Com esta Carta, quero apoiar a tradição bonita das nossas famílias prepararem o Presépio, nos dias que antecedem o Natal, e também o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças…”

O texto é dirigido a todo o povo de Deus, sobretudo ao núcleo familiar, como uma forma de valorizar a transmissão da fé entre avós, pais, filhos e netos.

Segundo Francisco, trata-se de um “exercício de imaginação criativa” e ele faz votos de que esta prática “nunca desapareça” e ainda estimula a que “onde porventura tenha caído em desuso”, ela possa ser redescoberta e revitalizada.

Como nasceu o Presépio

Em sua Carta Apostólica o Pontífice recorda a origem do presépio criado por São Francisco de Assis, recorda a sua obra de evangelização, as figuras e o simbolismo que Presépio tem.

Comenta o Papa que foi “Assim nasce a nossa tradição: todos à volta da gruta e repletos de alegria, sem qualquer distância entre o acontecimento que se realiza e as pessoas que participam no mistério”.

As crônicas franciscanas narram de forma detalhada o que aconteceu na cidade de Greccio, próximo de Roma, há mais de 800 anos:

Quinze dias antes do Natal, Francisco chamou João, um homem daquela terra, para lhe pedir que o ajudasse a concretizar um desejo:

– “Quero representar o Menino nascido em Belém, para de algum modo ver com os olhos do corpo os incômodos que Ele padeceu”.

Aconteceu, então, que no dia 25 de dezembro de 1223, chegaram a Greccio muitos frades, e também homens e mulheres das casas da região, trazendo flores e tochas para iluminar aquela noite santa num lugar designado.
São Francisco, ao chegar, encontrou a manjedoura com palha, o boi e o burro.

” Com a simplicidade daquele sinal, São Francisco realizou uma grande obra de evangelização.”
Segundo o Pontífice, armar o Presépio em nossas casas ajuda a reviver a história que aconteceu em Belém. Imaginando as cenas, estimulam-se os afetos e nos sentimos envolvidos na história da salvação.

Despojamento

Presépio vem do latim ‘praesepium’ e significa “manjedoura”.

“O Presépio é um convite a ‘sentir’, a ‘tocar’ a pobreza que escolheu, para Si mesmo, o Filho de Deus na sua encarnação, tornando-se assim, implicitamente, um apelo para O seguirmos pelo caminho da humildade, da pobreza, do despojamento.”

Simbolismos

Francisco comenta em sua cara o simbolismo das várias partes que compõem o presépio: a escuridão da noite, a paisagem e os personagens.

As ruínas e os pobres ali representados recordam a mensagem que surge do presépio: “não podemos deixar-nos iludir pela riqueza e por tantas propostas efémeras de felicidade”.

“Jesus nasceu pobre, levou uma vida simples, para nos ensinar a identificar e a viver do essencial”, diz o Papa.

Para Francisco, ao nascer no presépio, “Jesus proclama o apelo à partilha com os últimos como estrada para um mundo mais humano e fraterno, onde ninguém seja excluído e marginalizado.”

Para o Papa, é deste modo que o presépio representa para os fiéis um convite a se tornar discípulos de Cristo, a refletir sobre a responsabilidade de evangelizar e ser portador da Boa Nova com ações concretas de misericórdia.

Com isso o Pontífice quis afirmar que não é importante o ‘como armar o presépio”:
“O que conta é que fale à nossa vida”.

Afirmação e convite finais

” Queridos irmãos e irmãs, o Presépio faz parte do suave e exigente processo de transmissão da fé.
(…) E educa para sentir que nisto está a felicidade.

Na escola de São Francisco, abramos o coração a esta graça simples, deixemos que do encanto nasça uma prece humilde: o nosso ‘obrigado’ a Deus, que tudo quis partilhar conosco para nunca nos deixar sozinhos. “

(JSG)

 

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