Gaudium news > Católicos devem amar mais a China do que a Igreja, diz entidade religiosa ligada ao governo comunista

Católicos devem amar mais a China do que a Igreja, diz entidade religiosa ligada ao governo comunista

China – Pequim (Quarta-feira, 04-12-2019, Gaudium Press) O Bispo de Shandong, China, e Presidente da oficialista Associação Patriótica Católica Chinesa, Dom John Fang Xingyao, realizou polêmicas declarações durante a Conferência Política Consultiva sobre Religiões celebrada em Pequim no dia 26 de novembro. As notícias sobre as palavras do prelado causaram indignação entre os católicos e confirmaram mais uma vez os temores da intenção do regime comunista sobre a Igreja.

Católicos devem amar mais a China do que a Igreja, diz entidade religiosa ligada ao governo comunista.jpg

“O amor pela pátria deve superar o amor à Igreja, e a lei do país é superior às regras canônicas”, havia afirmado o prelado segundo um prolongado artigo de imprensa difundido pela Conferência Política Consultiva do Povo Chinês (CPCPC). A reunião a qual o Bispo assistiu tinha como objetivo desenvolver “um sistema ideológico religioso com características chinesas, alinhadas com as exigências dos tempos que correm”. O tema da “sinização” (a adaptação à China) foi uma das bandeiras do presidente Xi Jinping.

A Conferência Política Consultiva sobre Religiões se celebrou na Sala Dourada da sede do CPCPC com a presença dos funcionários mais destacados no tema de assuntos religiosos a partir da perspectiva oficialista chinesa. O relatório apresentado sobre a reunião incluiu declarações de vários líderes religiosos em um tom nacionalista similar ao atribuído ao Bispo de Shandong.

Entre as sugestões da conferência se inclui a realização de um estudo sistemático do pensamento das diferentes religiões com o objetivo de identificar “pensamentos extremos e heresias”. A interpretação das doutrinas religiosas fomentaria os valores nacionais, a independência das religiões na China em relação ao exterior (como a finalidade da Igreja à autoridade da Santa Sé) e a suposta “democracia” nas decisões que significaria a ausência de poder nas autoridades religiosas. A campanha de “sinização” busca dobrar a resistência de setores religiosos como os católicos subterrâneos. (EPC)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas