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Autoridades comunistas da China pressionam sacerdotes católicos

China – Pequim (Quinta-feira, 16-01-2020, Gaudium Press) A piora das pressões aos fiéis na China através de uma grande diversidade de ações chegou a ser notícia nos anos recentes e tema de preocupação para organizações promotoras dos direitos humanos e governos ao redor do mundo. Os assédios se tornaram tão frequentes que meios especializados como a revista Bitter Winter fazem relatórios diários de novos casos que conseguem superar os bloqueios e o silenciamento oficial.

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Como repetição de uma situação que poderia ser ainda pior com a entrada em vigor de novas normas, esse meio de comunicação fez uma lista das manobras empregadas pelas autoridades para fazer pressão sobre os sacerdotes católicos que se negam a fazer parte da Associação Patriótica oficial. Apesar das mais recentes pautas pastorais da Santa Sé pedirem às autoridades respeitar aos clérigos que se neguem a inscrever-se na organização, o Partido Comunista persiste em seu esforço, chave para conquistar o objetivo de adaptar as religiões à versão oficial da cultura chinesa.

A primeira das manobras destacadas foi a de “culpa por associação”, cujo exemplo recente é um sacerdote ancião e enfermo de câncer na Diocese de Mindong. Incapazes de convencer a um sacerdote que permaneceu fiel à sua consciência, as autoridades tentaram sem êxito suborná-lo. Ao não aceitar, foi expulso da residência de anciãos em que habitava, pelo qual foi acolhido na casa de um parente. Para tentar dobrar sua vontade, fecharam a fábrica na qual trabalhava dito parente e finalmente suspenderam os serviços de água e eletricidade. Ao familiar informaram que “cuidar do sacerdote constitui um delito” e inclusive ameaçaram demolir a habitação. Sem ter êxito ainda, ameaçaram prender ou assassinar o sacerdote, ao que este respondeu que preferiria morrer na prisão do que ceder às pressões. Numerosos familiares de sacerdotes subterrâneos são castigados pela fidelidade dos presbíteros, o qual conseguiram alguns casos de adesão à Associação Patriótica para protegê-los.

A segunda tática foi denominada “unificação”. As autoridades prometem aos sacerdotes contar com um templo para celebrar os sacramentos e os ameaçam com a restrição completa de seu apostolado. “A ‘unificação’ das igrejas oficiais e não registradas é simplesmente um dos pretextos que utiliza o governo”, declarou um sacerdote da Diocese de Yujiang ao ‘Bitter Winter’. “Depois de obrigar uma igreja a unir-se à CPCA, podem monitorar suas atividades através de câmeras de vigilância instaladas no templo. Também é obrigatório que a igreja registrada leve uma bandeira nacional e cante o hino nacional. Realmente lhe faz sofrer mais”.

A tática provavelmente mais reportada é a do fechamento de lugares de culto e a proibição de atividades religiosas. Para este fim as autoridades empregam qualquer argumento, como a falta de licenças de construção ou funcionamento ou supostos defeitos na prevenção de desastres. Em Fu’An, uma comunidade de fiéis prometeu às autoridades o cumprimento de todos os requisitos legais para recuperar seu templo e recebeu das autoridades a resposta de que nada disto serviria se seu sacerdote não se registrasse como parte da Associação Patriótica. Como complemento à esta medida, as autoridades proíbem qualquer atividade religiosa fora dos templos. Os sacerdotes que servem nos lugares de culto fechados são frequentemente detidos e enviados de volta ao seu lugar de nascimento. (EPC)

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