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Deputados Portugueses aprovam eutanásia

Lisboa – Portugal (Sexta-feira, 21-02-2020, Gaudium Press) Mesmo com o protesto de associações de médicos, bispo católicos, líderes religiosos e milhares de cidadãos que acompanharam no pátio externo da Assembleia Legislativa a votação das propostas que visam legalizar a eutanásia em Portugal, os deputados pró eutanásia obtiveram a maioria necessária para que elas sejam encaminhadas à comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos Liberdades e Garantias para tomar formato de lei.

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Bispo de Braga expressou uma “tristeza de morte” diante do resultado.
Foto: CatholicNet

A votação

“A Assembleia da República aprovou hoje, na generalidade, os cinco projetos de lei – BE, PS, PAN, PEV e Iniciativa Liberal – que preveem a legalização da eutanásia em Portugal, com uma votação nominal de 222 dos 230 deputados presentes”, informou a Agência Ecclesia, do episcopado português.

Conferência Episcopal Portuguesa (CEP)

Antes do debate desta quinta-feira, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) havia manifestado sua oposição à votação do tema na esfera da Assembleia Legislativa e recomendou que os parlamentares submetessem a decisão a um referendo, deixando na mão da população o juízo desta grave matéria.

Em um comunicado de 11 de fevereiro, os prelados portugueses afirmaram que “a opção mais digna contra a eutanásia está nos cuidados paliativos como compromisso de proximidade, respeito e cuidado da vida humana até ao seu fim natural”.

“Nestas circunstâncias, a Conferência Episcopal acompanha e apoia as iniciativas em curso contra a despenalização da eutanásia, nomeadamente a realização de um referendo”, afirmaram os Prelados portugueses.

Associação de Médicos Católicos Portugueses

Por sua parte a Associação de Médicos Católicos Portugueses também havia manifestado sua oposição ao projeto.

Em um comunicado de 13 de fevereiro, os seus integrantes afirmaram considerar “que esta lei coloca os doentes com doenças graves e incuráveis numa situação de enorme pressão para pedirem a eutanásia, já que a maioria da população não tem acesso aos cuidados paliativos”.

Nesse sentido, alertaram que “a legalização da eutanásia não poder servir de pretexto para atenuar a consciência social da importância e urgência de alterar esta situação”.

Repúdio popular e referendo

Nesta quinta-feira, enquanto decorria o debate no interior da Assembleia da República, milhares de pessoas se concentraram na praça em frente ao prédio em protesto contra as propostas de legalização da eutanásia.

Durante a manifestação, foram recolhidas assinaturas para a realização de um referendo.

Em declarações à Agência Ecclesia, um dos mandatários da Iniciativa Popular de referendo, José Ribeiro e Castro, assinalou que “o dia de hoje é dos dias mais tristes da história portuguesa, uma dia muito triste na nossa democracia”.

Para Castro esta votação representa “o dia de uma tentativa (…) que procura destruir a garantia fundamental inscrita na Constituição: a vida humana é inviolável”.

Federação Portuguesa pela Vida

Após o resultado da votação, a Federação Portuguesa pela Vida declarou em sua página no Facebook que continuarão na luta contra a eutanásia.

Na postagem, citaram o discurso de José Maria Seabra Duque, membro da direção da FPV, durante a concentração em frente à Assembleia, no qual ele disse que “hoje não é o fim, hoje é o princípio deste processo legislativo. E nós vamos continuar a lutar.

Vamos continuar a recolher assinaturas em casa, no trabalho, na rua, na Universidade, na nossa comunidade, e sim, também à porta das Igrejas”.

“E depois havemos de cá voltar, com dezenas e dezenas de milhares de assinaturas! E aí veremos. Veremos se tem a coragem de silenciar o povo. Porque meus amigos, se é verdade que há deputados que querem fazer da Casa da Democracia a Casa da Morte, nós faremos desta praça a Praça da Vida!”, completou.

Bispo de Braga

Por sua vez, também após a votação desta quinta-feira, o Bispo de Braga, Dom Jorge Ortiga expressou em seu perfil no Twitter sentir uma “tristeza de morte” diante do resultado.

Entretanto, incentivou, “vamos continuar o caminho. Aos que estiveram junto à Assembleia a manifestarem-se quero expressar a minha gratidão como cidadão. De modo particular aos mais jovens. Hoje, de frente para o Parlamento, vi um futuro luminoso para Portugal”.

(JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Ecclesia e ACI)

 

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