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Uruguai terá sua primeira Santa: Madre Francisca Rubatto

Montevidéu – Uruguai (Quinta-feira, 27-02-2020, Gaudium Press) Quando foi anunciado no último dia 22 de fevereiro que o Papa Francisco tinha aprovado o decreto de canonização de Madre Francisca Rubatto, a exclamação mais vista nas redes sociais foi:
“A primeira santa uruguaia!”.

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Será canonizada Madre Francisca Rubatto,
fundadora das Irmãs Terciárias Capuchinhas de Loano.

Na verdade, a religiosa Madre Francisca Rubatto nasceu na Itália em 1844, porém, ela viveu grande parte de sua vida no Uruguai e foi neste país que ela desenvolveu a sua missão e foi no Uruguai que ela faleceu no ano de 1904.

Comentários do Cardeal de Montevidéu

O cardeal Daniel Sturla, arcebispo de Montevidéu, externou seu pensamento sobre este acontecimento afirmando que ele provoca uma imensa alegria na Igreja local.

Dom Sturla recordou o trabalho de Madre Rubatto:
Ela “evangelizou toda a zona oeste da capital, que trabalhou pela dignidade da mulher, fundando escolas e ateliês profissionalizantes para as jovens sobretudo nos bairros pobres”.

O purpurado manifestou ainda seu desejo de que o mesmo privilégio seja estendido também a outros uruguaios que têm processos de canonização encaminhados e que estão a caminho dos altares.

O Cardeal cita entre eles o Venerável Jacinto Vera e o Servo de Deus Padre Cacho.

Dom Sturla quis ressaltar também a importância deste acontecimento vir a tona justamente no ano em que o Uruguai realiza o seu 5º Congresso Eucarístico Nacional.

Lembranças de uma discípula

Uma religiosa da Congregação das Irmãs Terciárias Capuchinhas de Loano fundada pela Madre Rubatto é a Irmã Nora Azanza.

Irmã Nora conhece bem a história de sua fundadora, conhece o espírito de entrega generosa da futura santa.

A Fundadora, para a religiosa, “destaca-se principalmente por ter servido a Deus, ter vivido o Evangelho de uma forma simples, no dia a dia, no trabalho e em seus deveres diários”.

Um pouco de história

Assim que chegou ao Uruguai, Madre Francisca viu que “tinha muito para ser feito. Ela, porém, não ficou só com as teorias e os planos estratégicos.

Madre Francisco começou logo a trabalhar na evangelização: escolheu um lugar especial para iniciar sua obra.

Segundo a Irmã Nora, “na época, o lugar escolhido era uma região abandonada: La Teja, Belvedere, Paso de la Arena, Barra de Santa Lucía”.

Recorda Irmã Nora que a religiosa se misturava com o povo, ajudando os trabalhadores, que iam aos matadouros nas manhãs de domingo.

A Madre Francisca foi capaz de ver as necessidades de roupa, comida, de ensinar o catecismo e com uma profunda visão, decidiu instalar no local, o bairro de Belvedere, um grupo de suas irmãs, no local mesmo onde atualmente se encontra o santuário no interior do qual descansam os seus restos mortais, as relíquias da futura santa a ser canonizada.

Irmã Nora conta que neste local a Fundadora realizou um trabalho de promoção social e evangelização muito grande: fez com que as jovens tivessem uma profissão para se sustentar na vida, para que fossem independentes financeiramente.

Madre Rubatto lhes ensinava costura, tecelagem, bordados, e aos mesmo tempo recebiam um sólido ensinamento religioso”.

Os ateliês fundados pela Madre Rubatto hoje são importantes instituições como o Colégio San José de la Providencia de Montevidéu ou o Colégio São Francisco de Assis de Rosário e Buenos Aires, na Argentina, recorda irmã Nora.

Uma Santa que se pode imitar

“É uma santa simples que todos podemos imitar”, diz a religiosa filha de Madre Francisca.

Para ela, “Além de a santidade ser um chamado universal, todos podemos ser santos, porque se tornou santa assim, com o trabalho diário, alimentando-se dos sacramentos, com a oração, sem fazer coisas extraordinárias”, afirmou a freira que pertence às Terciárias Capuchinhas de Loano.

Olhar, Viver e Transformar

Para encerrar suas recordações a Irmã Nora Azanza propõe três verbos para entender a significativa importância de Madre Rubatto: olhar, viver e transformar.

Madre Francisca tem o dom de convidar a pensar o que vemos quando analisamos a realidade, como a vivemos e o que podemos fazer para transformá-la, a partir de nossas casas.

(JSG)

 

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