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“Tanto a dor como o amor nascem da cruz”, diz arcebispo de Maringá sobre a Quaresma

Maringá (Segunda-feira, 22-03-2010, Gaudium Press) Em seu último artigo semanal, intitulado “Homem das dores e dores da humanidade”, Dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá, no Paraná, fala sobre o tempo em que se está vivendo, de preparação para a Páscoa, em que nos propomos a intensificar a oração, o jejum, a penitência e a solidariedade. Ele afirma que o principal sinal que acompanha a todos na Quaresma é a cruz, sinal de sacrifício, sofrimento, morte e de ressurreição. Cruz que significa compromisso, trabalho, fidelidade, amor, perdão, vida nova.

“Tanto a dor como o amor nascem da cruz. No caminho da paixão, o homem das dores carregou, mesmo caindo três vezes, as dores de cada um de nós, redimindo para sempre todos aqueles que Nele crerem. A Redenção já aconteceu, porém a paixão, a dor o sofrimento continuam, pois, Deus não abandonou aqueles que Ele salvou”, afirma.

O prelado destaca que ainda hoje, Jesus, “Salvador e Redentor”, continua carregando nossas dores, como por exemplo, quando pais perdem seus filhos. Jesus também carrega nossas aflições, pondera o prelado, quando vê a dor da multidão de famintos e excluídos do direito de viver com dignidade, a dor dos enfermos, a dor dos desempregados, a dor dos analfabetos, a dor do sem-terra, sem-teto, sem educação, a dor das vítimas das catástrofes naturais e a dor contínua “ainda na sociedade corrupta e injusta que perdeu o sentido de justiça e solidariedade”.

“O Homem das dores carrega ainda hoje em nós, a dor dos pecados pessoais e sociais da humanidade. Carrega a dor dos pecados dos homens enviados para dirigir a sociedade e a Igreja. A dor da indignação diante dos escândalos dos desvios sexuais de todo tipo, em todas as classes sociais, dor que clama aos céus”, ressalta.

Mas para o bispo, mesmo assim, a dor faz parte da atualização da Paixão do Homem das dores, que ama apaixonadamente cada ser humano. “Somente passando pelo fogo da dor, se chega ao incêndio do amor”.

“Sem abraçar essas cruzes, não encontramos sentido de viver, a morte física, psicológica e espiritual chega antes da hora. O grito naquela noite de agonia e tristeza não podia ser outro: – ‘Meu Deus, meu Deus por que me abandonaste?’ -. A sensação mais sentida é de abandono, sentimento humano demais, para sentir a presença do amor de Deus”, salienta dom Anuar.

Por fim, o bispo lembra que neste caminho humano, de gente humana com todos os limites humanos, é “maldito o homem que confia no homem” (Jeremias 17,5). Dom Anuar enfatiza que a nossa confiança total e absoluta deve estar em Deus, quem jamais nos decepcionará. E cita um trecho do livro do Eclesiastes, que vaticina: “Tudo é vaidade das vaidades, tudo passa, só Deus permanece”.

“Assim desejamos continuar o caminho, sem jamais duvidar da presença amorosa do Pai Deus, que nos amou por primeiro e nos faz capazes de amar. Neste sentido, encontramos um novo jeito de viver a Quaresma e fazer da Páscoa, não um momento, e sim um permanente recomeçar carregando as dores de cada dia com o Homem das dores”, conclui.

 

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