Gaudium news > “Quem deposita toda a esperança em Deus não fica desiludido”, afirma Bento XVI no concerto para o seu aniversário

“Quem deposita toda a esperança em Deus não fica desiludido”, afirma Bento XVI no concerto para o seu aniversário

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 23-04-2012, Gaudium Press) Com “um grande hino de louvor a Deus” – o tema da Sinfonia nº 2 “Lobgesang” de Felix Mendelssohn Bartholdy, o Santo Padre agradeceu “mais uma vez a Deus pelos anos de vida e de mistério”. Na quinta-feira passada, 19, o pontífice iniciou o oitavo ano de pontificado, e na segunda-feira, 16, fez 85 anos de vida. Em razão destas duas datas, na sexta-feira passada, 20, na Aula Nervi no Vaticano, a Orquestra do Gewandhaus de Lipsia, na Alemanha, lhe ofereceu um concerto.

A parte do coro da Sinfonia “Lobgesang”, executada por uma das mais antigas e prestigiosas orquestras do mundo, é composta pelas invocações de louvor ao Senhor dos versículos bíblicos, principalmente dos Salmos. Neles, há textos muito sugestivos como a parte do coro do início “Louvai o Senhor com a cítara, cantai ao Senhor um cântico novo” do Salmo 33, ou ainda mais sugestiva a parte final de tenor no contexto do aniversário do Papa “Por isso cantarei eternamente com o meu hino os Teus louvores, ó Deus generoso! E Te agradeço por todo o bem que me fizeste!”.

A característica da sinfonia foi salientada por Bento XVI ao observar que “esta composição é constituída por três movimentos pela orquestra sozinha sem solução de continuidade e depois por uma espécie de cantata com solistas e coro”, na qual, como explicou o compositor em uma carta a seu amigo: “antes louvam os instrumentos em seu modo congenial, e depois os coros e as vozes”.

O próprio Papa, em seu discurso, agradeceu pelo “maravilhoso dueto de sopranos e o coro sobre as palavras “Ich harrete des Herrn, und er neigte sich zu mir und hörte mein Fleh’n”, tiradas do Salmo 40. (“Esperei firmemente no Senhor e ele se inclinou para mim, atendendo a minha súplica”, em alemão). Conforme o Santo Padre, trata-se do canto “de quem deposita toda a sua esperança e sabe com certeza de não ficar desiludido”.

“A arte como louvor a Deus”, continuou o pontífice, “beleza suprema, está na base do modo como compõe Mendelssohn e isto não somente no que diz respeito à música litúrgica ou sacra, mas à sua inteira produção. (…) E o modo que Mendelssohn escreveu na partitura da Sinfonia “Lobgesang” soa assim: ‘Eu gostaria de ver todas as artes, em particular a música, a serviço Daquele que a deu a nós e a criou’.(…)”.

Falando ainda sobre Mendelssohn, Bento XVI disse que o mundo ético-religioso do nosso autor não era separado de sua concepção de arte, aliás, era parte integrante dela. “Arte e vida não são duas coisas distintas, mas uma só, escrevia. Uma profunda unidade de vida que encontra o elemento unificante na fé, que caracterizou toda a existência de Mendelssohn e guiou suas escolhas”, declarou por fim

A Sinfonia teve regência do Maestro Riccardo Chailly, junto ao Coro radiofônico MDR e ao coro do Gewandhaus, com três solistas: Bernarda Fink, Luba Orgonášová e Steve Davislim.

 

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