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“O silêncio é parte integrante da comunicação”, destaca arcebispo de Belo Horizonte

Belo Horizonte (Sexta-feira, 25-05-2012, Gaudium Press) Em seu mais recente artigo publicado hoje, 25, o arcebispo de Belo Horizonte, em Minas Gerais, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, comenta a respeito da mensagem redigida pelo Papa Bento XVI para o 46º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que foi celebrado no último domingo, 20, na festa de Ascensão do Senhor. Destacando o título da mensagem papal, “Silêncio e palavra: caminho da evangelização”, o prelado declara que esta temática é “oportunidade para ricas reflexões sobre aspectos importantes do processo humano de toda comunicação”.

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Segundo Dom Walmor, na atualidade o silêncio é fundamental para que se possa discernir, entre tantas opções

Conforme Dom Walmor, a comunicação e seu processos, quando qualificados “merecem sempre maior atenção”, pois geram o diálogo, “que é força motriz para a novidade pretendida em termos de solidariedade, de organização social e política, na vivência familiar e comunitária”. A respeito da integração do silêncio e da palavra, salientado pelo pontífice em sua carta, o arcebispo de Belo Horizonte afirma que sem ela existe sempre o risco deteriorações, de confusão. “O diálogo autêntico é indispensável para a paz”, assevera o prelado.

“É muito oportuno, como força educativa, ter presente que o silêncio é parte integrante da comunicação. O falar não precedido ou emoldurado pelo silêncio pode não produzir palavras com densidade e significação. Especialmente palavras que tenham o sentido de edificar, corrigir e devolver ao coração dos destinatários a esperança do viver. A sociedade contemporânea é muito barulhenta e desabituada ao silêncio que proporciona escuta mútua e conhecimento”, sublinha Dom Walmor.

O arcebispo destaca que ao nos calarmos, permitimos que a outra pessoa fale, “exprima a si mesma, livrando-nos, por esta escuta, de ficarmos presos a nós mesmos, nas nossas palavras e ideias”. Conforme o prelado, quando não se faz silêncio e não se permite ouvir o que as outras pessoas tem a dizer, corre-se o risco de incorrer em autoritarismos, fixando-se na própria compreensão, “por vezes até medíocre e comprometedora no que se refere a conquistas e avanços indispensáveis”.

Recordando e citando novamente as palavras do Papa Bento XVI na mensagem para o 46º Dia Mundia das Comunicações Sociais, Dom Walmor afirma que é “no silêncio, que se identificam os momentos mais autênticos da comunicação entre aqueles que se amam: o gesto, a expressão do rosto, o corpo enquanto sinais que manifestam a pessoa. No silêncio, falam a alegria, as preocupações, o sofrimento”.

E, segundo o prelado, na atualidade, levando em conta a abundância de informações e mensagens, “o silêncio torna-se essencial para que se possa discernir, entre tantas opções, solicitações e ofertas, o que é importante, necessário, prioritário, distinguindo o que é inútil e acessório”. Conforme o arcebispo, a falta de silêncio gera um exagero de palavreado. “Perde-se a indispensável ponderação, no compartilhamento de opiniões pertinentes. Por isso, há quem fale demais, de tudo, e até mesmo do que não é da sua conta”, enfatiza

Dom Walmor afirma que em sua mensagem, o Santo Padre chega a dizer sobre a necessidade de se criar um ambiente propício, “quase uma espécie de ecossistema”, capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons. “Quando se considera as redes sociais, a procura por respostas, conselhos, sugestões, informações, um verdadeiro bombardeio sobre as pessoas, o silêncio cria as condições necessárias para favorecer os discernimentos diante dos inúmeros estímulos para se chegar ao que é importante e decisivo para a própria vida”, explica o arcebispo.

Concluindo seu artigo, Dom Walmor destaca que o silêncio permite à pessoa “uma descida ao fundo de si mesma e abrir-se ao caminho de resposta que Deus inscreveu no seu coração”. De acordo com o prelado, na mensagem escrita pelo Papa existe uma lição que vale ser aprendida e pratica: “Educar-se em comunicação é aprender a escutar, a contemplar, para além de falar. É hora de qualificar a comunicação e o falar. É urgente, para isso, exercitar-se no silenciar para que a palavra dita seja capaz de gerar vida”.

Com informações da Arquidiocese de Belo Horizonte.

 

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