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O povo quer se sentir amado pela Igreja: palavra do Cardeal Cláudio Hummes

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 24-10-2012, Gaudium Press) – “Nova Evangelização” é um termo já conhecido há décadas, no Brasil e em toda a América Latina. Apesar disso, para o Cardeal Cláudio Humes, arcebispo emérito de São Paulo, a Igreja Católica está em crise: faltam vocações e muitos fiéis abandonam a fé católica em favor de Igrejas evangélicas. missao.JPG

Para o Purpurado, é preciso renovar a fé, evangelizar, mantendo vivas as comunidades já existentes.

Dom Cláudio, concedeu uma entrevista para a Rádio Vaticano, onde afirma que as pessoas querem se sentir amadas pela Igreja, e para isso, é preciso que nós mesmos renovemos nossa fé interior, com a alegria de amar.

Eis as palavras do Cardeal brasileiro:

“A Igreja Católica se sente muito afetada por esta crise, é claro. Você dizia que também no Brasil, muitos católicos estão indo para outras crenças, sobretudo para os evangélicos pentecostais, e na Europa sabemos qual é a situação. A questão da fé é fundamental. Tanto que o Papa em certo momento, no documento em que proclama o Ano da Fé, diz: Muitas vezes estamos tão preocupados em exigir as consequências sociais e econômicas, culturais, políticas da fé, mas se os nossos políticos e nossas lideranças nestas áreas não têm mais fé, como podem tirar consequências da fé?

Nós supomos uma coisa que não existe. Não podemos mais pressupor a fé. Temos que renová-la. Tudo isso está dentro de um grande conjunto de preocupações, de eventos e de busca de caminhos.

Eu realmente estou convicto que este Sínodo também nos trará novos caminhos, porque estão ali bispos de todo o mundo, reunidos em nome da Igreja. É claro que devemos ouvir o Espírito Santo, não basta só dizer ‘ele está presente’, nós devemos estar atentos para ouvi-lo e não apenas falar aquilo que é a nossa palavra, mas procurar ouvir a palavra de Deus sob a iluminação do Espírito Santo”.

“Nós cremos muito que realmente este Sínodo seja eficaz para a preocupação da Igreja em relação a uma Nova Evangelização que seja também missionária. Esta questão é muito forte, ou seja, não podemos mais apenas esperar o povo em nossas comunidades e evangelizá-lo. É importante manter as comunidades já existentes, mantê-las vivas, mas temos que ter a capacidade de sair em busca deste povo, organizadamente em missão, nos aproximar do povo.

O Papa disse aqui no Brasil que o povo mais pobre, principalmente aquele que se sente tão só nas periferias do mundo, seja nas cidades ou nos campos; que se sentem longes, isolados, sem ninguém, precisa da Igreja próxima, precisa sentir-se amado pela Igreja. Só vai se sentir assim se formos até ele. Este povo é o objeto primeiro destinatário desta grande e nova evangelização. Este é um dos caminhos fundamentais é nós mesmos renovarmos a nossa fé em nós, e irmos com alegria, sem condenar o mundo de hoje, para amar e salvar este povo. Creio que a missão pode renovar a Igreja e a Igreja pode ser uma voz iluminadora por nosso mundo, por nosso povo desorientado diante da nova situação em que vivemos”.

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