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Homilia do Papa Francisco na Missa de Quinta-feira Santa

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 28-03-2013, Gaudium Press) – “As leituras nos falam dos ‘Ungidos’: o servo de Yahvé de Isaías, David e Jesus, Nosso Senhor. Os três têm em comum que a unção que recebem é para ungir o povo fiel do Deus que servem; sua unção é para os pobres, para os cativos, para os oprimidos”, disse o Papa na homilia que fez hoje na Basílica de São Pedro, em Roma, por ocasião da Missa de Quinta-feira Santa e da qual publicamos excertos.

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Foto Gustavo Kralj/Gaudium Press

O Pontífice prosseguiu dizendo que o óleo com que é perfumado o ungido e que se difunde sobre ele, “é a imagem da unção sacerdotal que, através do ungido, chega até os confins do universo”.

Da “beleza do litúrgico” que é “presença da gloria de nosso Deus resplandecente em seu povo vivo e consolado”, se parte para a ação, “A unção não é para perfumar nos a nós mesmos, nem muito menos para que a guardemos em um frasco, já que se poria rançoso o azeite… e amargo o coração”.

“Ao bom sacerdote pode-se conhecer por como anda ungido seu povo. Quando nossa gente anda ungida com óleo de alegria, isso é notado: por exemplo quando sai da missa com o rosto de quem recebeu uma boa notícia. Nossa gente agradece o evangelho anunciado com unção, agradece quando o evangelho que pregamos chega a sua vida cotidiana, quando baixa o óleo de Aarão até os bordes da realidade, quando ilumina as situações limites, ‘as periferias’ onde o povo fiel está más exposto à invasão dos que querem saquear sua fé”.

Quando uma pessoa procura um sacerdote, às vezes pedindo orações, ou inclusive coisas materiais ou que parecem banis, o que no fundo querem é “ser ungidos com o óleo perfumado, porque sabe que nós o temos”. “Temos que sair e experimentar nossa unção, seu poder e sua eficacia redentora: nas ‘periferias’ onde existe sofrimento, existe sangue derramado, cegueira que deseja ver, onde existem cativos de tantos maus patrões”, expressou o Papa.

O Pontífice afirmou que na busca das almas “o poder da graça” se “ativa e cresce na medida em que saímos com fé para nos dar e dar o Evangelho aos demais; a dar a pouca unção que tenhamos aos que não tenham nada de nada”.

“O que não sai de si, em vez de mediador, -adivertiu o Papa Francisco-, vai convertendo-se pouco a pouco em intermediário, em gestor. Todos conhecemos a diferença: o intermediário e o gestor ‘já têm seu pagamento’, e posto que não poem em jogo a própria pele nem o coração, tampouco recvebem um agradecimento afetuoso que nasce do coração”. Temos que ser ‘pastores’ com ‘cheiro de ovelha’, pastores no meio de seu rebanho , e não pescadores de homens”.

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Foto Gustavo Kralj/Gaudium Press

O Pontífice concluiu a sequencia argumentativa de sua homilia assinalando que “es bom que a realidade mesma nos leve a ir ali onde o que somos por graça se mostre claramente como pura graça, nesse mar do mundo atual onde só vale a união -e não a função- e tornem fecundas as redes lançadas unicamente em nome d’Aquele de quem nos temos confiado: Jesus”.

O Papa pediu que os fiéis acompanhem seus sacerdotes com afeto e oração, e para os sacerdotes desejou que Deus Pai renove o Espirito de Santidade com que foram ungidos.

No final da eucaristia dessa manhã, na procissão de encerramento, o Pontífice despediu-se calorosamente de todos.

Gaudium Press / S. C.

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