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Governo de Valência pede para que o Santo Cálice seja declarado Patrimônio da Humanidade

Valência – Espanha (Quarta-feira, 19-06-2013, Gaudium Press) O Conselho do Governo Local de Valência (Espanha), aprovou uma proposta para que a prefeitura da cidade solicite formalmente que o Santo Cálice, conservado com grande veneração na Catedral de Valência, seja declarado Patrimônio da Humanidade. Segundo a
tradição local, que foi amplamente estudada, este sagrado objeto teria sido utilizado por Nosso Senhor na instituição do sacramento da Eucaristia na Última Ceia.

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Sua Santidade Bento XVI celebrou
uma Santa Missa com o Santo
Cálice durante sua visita à
Valência em 2006.

Segundo informou o semanário diocesano Paraula, a prefeita da cidade, Rita Barberá, sustenta que a petição deseja “dar-lhe a importância e a enorme transcendência histórica que tem uma relíquia que se procurou durante séculos pela humanidade e que está em Valência”. O gerenciamento de solicitações, que deve ser posto em prática pelas autoridades civis, foi uma das petições dos participantes do Congresso Internacional sobre o Santo Graal realizado em Valência no ano de 2008.

De acordo com o apresentado na coletiva de imprensa em que foi anunciada a notícia, a solicitação seria respaldada pela Arquidiocese de Valência, Capítulo Catedralício, Arquiconfraria, Irmandade do Santo Cálice, Governo da Espanha, entre outras instituições. Além disso, a prefeitura dispôs que se realize um completo estudo que respalde a solicitação, tarefa que foi encarregada ao Real Colégio Seminário de Corpus Christi.

A história do Santo Cálice

A Catedral de Valência conserva o Santo Cálice como um tesouro inestimável, entregue a seu cuidado em 1437 pelo Rei Alfonso V de Aragão, cuja família real o tinha desde 1339. O Santo Cálice foi levado de Jerusalém à Roma por São Pedro e conservado nesta cidade pelos primeiros Papas até São Sixto II, quando o vaso sagrado foi enviado a Huesca (Espanha), pelo diácono São Lourenço para protegê-lo da perseguição do imperador Valeriano no século III.

A valiosa relíquia foi ocultada novamente durante a invasão muçulmana “na região dos Pirineus, passando por Yebra, Siresa, Santa Maria de Sasabe (hoje Santo Adriano), Basílio e, finalmente, no mosteiro de San Juan de la Peña (Huesca)”, segundo refere a exposição histórica da Catedral. Dali foi entregue ao Rei Martin o Humano, de Aragão, momento ao qual pode-se seguir sua história detalhadamente até a atualidade.

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O Santo Cálice conservado na
Catedral de Valência.

O Santo Cálice, ricamente adornado em sua parte inferior, tem uma forma única que destaca o vaso na parte superior e que permite portá-lo sem tocá-lo. “As asas e o pé de ouro finamente gravado, encerra uma copa ou “naveta” de alabastro de arte islâmica, diferente da copa; todos esses detalhes, inclusive as joias que adornam a base, são da época medieval”, explica a resenha da Catedral.

A verdadeira relíquia está na parte superior do cálice: “Uma taça de ágata finamente polida, que mostra veias de cores quentes quando reflete a luz; é uma preciosa ‘copa alexandrina’ que os arqueólogos consideram de origem oriental e dos anos 100 ao 59 antes de Cristo”, segundo os resultados do estudo do professor Antonio Beltrán publicado sob o título de “O Santo Cálice da Catedral de Valência”.

As características da relíquia concordam com os costumes culturais da Jerusalém dos tempos de Cristo, quando as famílias conservavam uma “copa da bênção” de melhor qualidade para seu uso especial na Páscoa. O Santo Cálice, de um material frágil, pode sobreviver aos primeiros mil anos de sua existência em meio a viagens e perseguições, pelo extraordinário cuidado em sua conservação, produto de reverência e veneração como objeto sagrado.

“O Cálice, com sua autenticidade arqueológica e sua tradição isenta de elementos maravilhosos, nos remete à época de Nosso Senhor e nos recorda a instituição da Eucaristia como momentos históricos que transcendem o tempo e chegam até nós como mistério de salvação”, expõem a resenha da Catedral.

A Arquidiocese de Valência conserva a sagrada relíquia na Sala Capitular da Catedral, de onde só se translada ao altar maior na Missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, e na Festa Solene que se celebra no última quinta-feira do mês de outubro. (GPE/EPC)

Com informações da Paraula e Catedral de Valência.

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