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O fogo do Espírito Santo

Redação (Quarta-feira, 19-06-2013, Gaudium Press) Publicamos abaixo o trecho de um dos sermões de Santo Antônio de Pádua que nos evidencia o ardor e a profundidade teológica das pregações do “Doctor Evangelicus”:

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Basílica de Santo Antônio
em Pádua, Itália.

O que o fogo material obra no ferro, obra também este fogo do Espírito em um coração malvado, frio e endurecido. Com a infusão deste fogo, a alma do homem aparta de si toda a sujeira, insensibilidade e dureza, e se transforma em uma semelhança d’Aquele que a abrasou. Para este fim ele é dado, para este fim ele é infundido: para que, quanto seja possível, lhe seja conforme. Graças ao abrasamento do fogo divino, o homem se volta totalmente incendescente, arde todo e se derrete no amor de Deus, segundo o que diz o Apóstolo: “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).

Considera que o fogo, quando queima as coisas altas as abaixa, e aglutina as coisas divididas como o ferro ao ferro, clarifica as coisas obscuras, penetra as coisas duras, está sempre em movimento, dirige seus movimentos e seus impulsos até o alto e foge da terra; e implica em sua ação (de queimar) todas as coisas que investe.

Estas sete propriedades do fogo podem-se aplicar aos sete dons do Espírito Santo, o qual com o dom do temor abaixa as coisas altas, ou seja, humilha aos soberbos; com o dom da piedade aglutina as coisas divididas, ou seja, os corações distantes; com o dom da ciência fazem claras as coisas obscuras; com o da fortaleza penetra nos corações endurecidos; com o dom do conselho está sempre em movimento, porque aquele que recebeu a inspiração, já não languidesce no ócio, mas se move com fervor para procurar sua salvação e a do próximo, pois a graça do Espírito Santo não conhece demora. Com o dom da inteligência influi em todos os sentimentos, porque com sua inspiração dá ao homem a capacidade de compreender, quer dizer, ler no coração, para buscar as coisas celestiais e fugir das terrenas; por fim, com o dom da sabedoria transforma a mente, na que se infunde, segundo sua própria operação, tornando-a capaz de gostar das coisas do espírito. Diz o Eclesiástico: “Eu enchi minha casa com uma nuvem perfumada” (24, 21). (GPE/EPC)

Fragmento do Sermão 76 – Na festa de Pentecostes.

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