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Arcebispo de Porto Alegre: “A graça da Páscoa devolve a inocência aos pecadores, a alegria aos aflitos”

Porto Alegre – Rio Grande do Sul (Quinta-Feira, 17/04/2014, Gaudium Press) O arcebispo metropolitano da Arquidiocese gaúcha de Porto Alegre, dom Jaime Spengler, escreveu esta semana um artigo sobre a Páscoa. No início da sua reflexão, ele afirma que a festa da Páscoa marca a história do povo de Deus, falando de uma história de libertação e de vida: os escravos são libertos e os mortos são resgatados.

De acordo com o prelado, na noite da Páscoa a comunidade cristã se reúne ao redor do fogo para cantar a vitória da vida sobre a morte, da libertação sobre a escravidão. Ele ainda recorda que ao redor do fogo a comunidade canta: “Eis a noite, em que tirastes do Egito os nossos pais, os filhos de Israel, a quem fizestes transpor o Mar Vermelho a pé enxuto… Eis a noite em que o Cristo, quebrando os vínculos da morte, sai vitorioso do sepulcro… Noite em que o céu se une à terra, e o homem com Deus se encontra”.

Dom Jaime explica que o hino descreve duas etapas importantes da história do Povo de Deus: a primeira diz respeito à libertação do povo, sob a orientação de Moisés, das amarras do Egito; e a segunda celebra a vitória de Cristo das amarras de morte.

Além disso, salienta o arcebispo, a vitória de Cristo sobre a morte é narrada pelos quatro evangelistas, expressando a realidade inusitada vivida por aqueles homens e mulheres, discípulos da primeira hora. Para Dom Jaime, trata-se de uma experiência realizada pelos discípulos de Jesus, marcada por desconcertos, interrogações, saudade, incertezas e pela dor da morte, pois eles choram a separação do Mestre e não conseguem esquecer sua pessoa, sua pregação e seus feitos.

“Ao mesmo tempo, em diferentes situações e movimentos, eles vão percebendo que algo novo está acontecendo, que a presença do Senhor se faz sentir e ver de outro modo, que Ele está vivo. Ele continua falando-lhes. Concedeu-lhes a possibilidade de vê-lo e tocá-lo. Ele caminha e faz refeição com eles. Tudo isso diz de uma experiência totalmente nova, que ultrapassava os horizontes habituais da experiência e, não obstante, para os discípulos era totalmente nova e incontestável”, completa.

Outra questão abordada pelo prelado é que o fato inesperado da crucificação e morte de Jesus foi algo difícil de ser assimilado; foi necessário reler as Escrituras de modo novo. Por sua vez, o arcebispo afirma que hoje o fato do reencontro com o Mestre também precisa ser visto a partir de uma nova leitura da Escritura. Segundo ele, as poucas testemunhas escolhidas falam de um acontecimento tão distinto e real, tão poderoso ao manifestar-se a elas que toda a dúvida se desvanecia. “E elas, com uma coragem absolutamente nova, não tem medo de se apresentar à sociedade e ao mundo para proclamar: Cristo verdadeiramente ressuscitou.”

Por fim, dom Jaime ressalta que nós, os discípulos de hoje, damos fé ao testemunho dos discípulos de ontem. Para o prelado, como eles, também nós, hoje, somos convidados a, na comunidade e em comunidade, ler e reler as Escrituras.

“Assim, recordando os feitos do Senhor, retornando sempre e de novo às Escrituras, celebrando a Sagrada Liturgia, procurando fazer nossos os sentimentos dele, pode ser que sejamos também nós tocados pela graça do Encontro com o Ressuscitado e, assim, possamos ver a união de céu e terra, o encontro do homem e Deus, pois a graça da Páscoa expulsa o crime e lava as culpas, devolve a inocência aos pecadores, a alegria aos aflitos, dissipa o ódio, prepara a concórdia, desarma os impérios”, conclui o arcebispo, desejando a todos uma feliz e abençoada Páscoa! (FB)

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