Gaudium news > “A resposta à mundanização está na busca diária da santidade”, diz Arcebispo de Londrina

“A resposta à mundanização está na busca diária da santidade”, diz Arcebispo de Londrina

Londrina – Paraná (Sexta-Feira, 22/08/2014, Gaudium Press) Em um de seus mais recentes artigos, Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Londrina, no Estado do Paraná, afirma que os documentos da Igreja fazem uma análise da realidade eclesial na sociedade de hoje a partir de quatro palavras: descristianização da sociedade, mundanização da Igreja, sacramentalização e administração. Para ele, trata-se de uma reflexão na ótica da fé e não da sociologia.

Com relação a descristianização da sociedade, o Prelado afirma que a sociedade como tal e a cultura moderna estão DomOrlando.jpgcada vez mais descristianizadas, pois convivemos com tecnologias, filosofias, estilos de vida e mentalidades pluralistas, secularizadas, paganizadas, materialistas, indiferentes em relação à religião e à fé. Segundo ele, em diversas regiões do mundo os cristãos são perseguidos, e a resposta da Igreja está na consciência missionária e na nova evangelização.

Quanto a mundanização da Igreja, o Arcebispo destaca que somos influenciados pelas redes sociais que criam a dependência de aparelhos eletrônicos. Ele acredita que estamos divididos dentro de nós mesmos e profundamente fragmentados: há uma fratura entre o que dizemos o que somos e o que fazemos. Dom Brandes avalia que os ídolos do sexo, do dinheiro, do poder e do prestígio atacam. O Papa Francisco alude a um “mundanismo espiritual” que consiste em obter vantagens pessoais e interesses próprios usando Deus, a Igreja, os trabalhos pastorais.

“A resposta a esta mundanização está na busca diária da santidade pela mediação da vida espiritual como, por exemplo: a oração, a leitura orante da Palavra, a celebração dos sacramentos especialmente da confissão e a prática da caridade”, completa.

Por sua vez, a sacramentalização, de acordo com o Prelado, é o costume de celebrar os sacramentos sem preocupação pela conversão do coração, sem o engajamento na comunidade, sem a consciência da evangelização. Conforme ele, os sacramentos se transformaram em ritos, costumes, obrigações, porém sem frutos na vida pessoal, eclesial e social.

“No ritmo da sacramentalização temos conferido o batismo sem preparação e sem evangelização. Nossos fiéis “são batizados não evangelizados”. As crianças da Primeira Eucaristia desaparecem da Igreja, os crismandos não perseveram, os que se casam não sabem usufruir da riqueza do sacramento que receberam. Comunga-se por costume. O remédio para a superação da sacramentalização é a iniciação cristã.”

Por fim, Dom Brandes fala que a administração consiste em uma inversão pastoral, pois os que deviam ser bons pastores se tornam mais administradores que evangelizadores. Para ele, está aí o problema da burocracia, porque se gasta tempo e energias em preocupações administrativas, burocráticas, estruturais e não se investe no atendimento das pessoas, no contato com os catequizandos, na preparação das homilias, na visitação dos doentes e das casas.

“Reza-se por obrigação e não por gratidão e convicção. Há um reducionismo espiritual e pastoral e um exagero em coisas de administração. Os ministros leigos realizam pregações, celebrações, trabalhos missionários e nós da hierarquia ficamos com a administração. Eis uma inversão de valores. O Papa Francisco quer mais pastoral e menos administração, mais missão e menos estruturas, mais proximidade do povo e menos burocracia”, conclui. (FB)

 

 

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas