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Ceará celebra centenário da Diocese de Crato

Crato – Ceará (Sexta-feira, 19-09-2014, Gaudium Press) “Foi a festa mais bonita de toda a história da Diocese”, comentava a gente do Cariri, propulsora Região Metropolitana do Sul do Ceará.

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A Diocese de Crato foi criada pela Bula Catholicae Ecclesiae do Papa Bento XV, de 20 de outubro de 1914, sendo a primeira do interior do Estado do Ceará, desmembrada que foi da então Diocese de Fortaleza.

Cinco Bispos formam o firmamento da Diocese até aqui: Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, cearense do centro do Estado, Dom Francisco de Assis Pires, baiano, Dom Vicente de Paulo Araújo Matos, do norte do Estado, Dom Newton Holanda Gurgel, cearense do centro-sul, e o atual Dom Fernando Panico, italiano.

O vetusto Seminário São José, já anteriormente centenário, foi o primeiro estabelecimento de ensino superior no sertão nordestino. Aí formaram-se os sucessivos grupos de sacerdotes da Diocese, alguns dos quais lograram lugar de destaque no Clero do Brasil, haja vista o caso de Monsenhor Antônio Feitosa, que produziu o comentário, em latim, ao Código de Direito Canônico do Papa São Pio X. O Seminário São José vem também atendendo à formação de candidatos de outras dioceses do interior nordestino, e algumas figuras do Episcopado brasileiro ali tiveram sua formação.

Hoje a Diocese de Crato conta com 110 sacerdotes, 75 seminaristas, 18 Diáconos permanentes e 6 transitórios, servindo a uma população de 1.045.000 almas distribuída em 55 paróquias de 32 municípios, numa superfície de 17.648,4 km². A Diocese conta com 16 comunidades religiosas dos ramos masculino e feminino, inclusive uma fundação local, a Congregação das Filhas de Santa Teresa, e um mosteiro de Beneditinas.

Para marcar a grata efeméride do centenário, o Papa Francisco enviou, como legado pontifício, o Cardeal João Braz de Aviz que fez a solene coroação canônica da imagem de Nossa Senhora da Penha, padroeira da Diocese e da cidade de Crato. A linda histórica imagem barroca de mais de 200 anos, que veio de Recife, trazida pelos missionários franciscanos para a “Missão do Miranda”, havia sido arrebatada aos corsários calvinistas que pilhavam os navios de missionários vindos da Europa para evangelizar as terras brasileiras.

Duas coroas de ouro encomendadas em Roma pelo Bispo Diocesano Dom Fernando Panico, cingiram as frontes da imagem de Maria e a de seu Filho Jesus pequenino, sob um aplauso efusivo da multidão de fiéis que lotavam a grande praça da catedral na noite de 1º de setembro último, dia oficial da Padroeira. Lindos paramentos dourados foram confeccionados especialmente para a ocasião.

Mitrados, todos os Bispos da Província Eclesiástica do Ceará, além do Bispo de Picos, Piauí, estavam presentes à solenidade, juntando-se ao Povo de Deus no louvor à Mãe de Deus e do gênero humano.

Na Missa Solene, pela manhã, foi lido o decreto da Penitenciária Apostólica concedendo indulgência plenária pelo ano jubilar. E em sua homilia o Cardeal Dom João de Aviz conclamou a todos, dizendo: “Vamos continuar a história dos 100 anos, vamos continuar amando Nossa Senhora e deixá-la iluminar toda nossa vida. E a felicidade que sempre desejamos para nós é Deus quem vai nos dar através de Nossa Senhora.”

O encerramento das comemorações do centenário será no dia 20 de outubro vindouro com outras grandes celebrações religiosas populares.

Assim, vai o Ceará fazendo história, desde tempos imemoriais, como um dos mais católicos Estados da Terra de Santa Cruz. No próximo ano a Diocese de Sobral, no norte do Estado, também celebrará seu centenário.

Por Cicero Sobreira de Sousa, enviado especial

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