A nova vinha de Deus é a Igreja Católica, afirma Bispo de Frederico Westphalen

Frederico Westphalen – Rio Grande do Sul (Quarta-Feira, 01/10/2014, Gaudium Press) O Bispo da Diocese gaúcha de Frederico Westphalen, Dom Antônio Carlos Rossi Keller, em seu mais recente artigo, intitulado “A nova vinha de Deus – a Igreja Católica”, afirma que Deus escolheu o Povo de Israel como sua vinha predileta, libertou-o da escravidão do Egito, conduziu-o à terra prometida, cuidou dele com o mesmo carinho com que o vinhateiro cuida a vinha, defendeu-o dos inimigos, como nos diz a primeira Leitura do próximo domingo, tirada do Profeta Isaías 5,1-7.

O Prelado pergunta o que mais poderia ter feito por este povo, para que desse frutos abundantes e saborosos de boas obras: de fidelidade à Aliança, de cumprimento fiel dos Mandamentos, de amor misericordioso? Porém, conforme ele, muitas vezes não foi assim, pois Israel deu frutos amargos, uvas más, obras perversas.

“Em lugar de frutos de justiça e de fidelidade, Israel abandonou o Senhor, desprezou o seu Deus, virou-se para os deuses dos povos pagãos que o rodeavam, caindo na idolatria. Revoltaram-se contra o dono da vinha, perseguiram e mataram muitos profetas e acabaram por matar o próprio Filho Unigênito, crucificando-O no Calvário”, explica.

Dom Keller salienta que a vinha do Senhor, por Israel ter abandonado o seu Deus, veio a ser vítima do seu próprio desregramento, até a queda de Jerusalém, a destruição do seu Templo e a dispersão dos judeus por todas as nações.

Porém, o Bispo ainda destaca que as promessas de Deus permanecem e o projeto salvífico do Senhor não mudou. Para ele, a vinha do Senhor não acabou: foi dada a um outro povo que produza os seus frutos, ao novo Israel de Deus, à Igreja de Jesus Cristo, e este é o tema do Evangelho deste domingo, tirado de São Mateus 21,33-43.

“Esta eleição tem como ponto de partida um ato de pura benevolência da parte de Deus, sem qualquer mérito da nossa parte. A nova Vinha, a Igreja, o povo cristão é o Corpo de Jesus Cristo. E porque Cristo é fiel, a Igreja também o será e dará fruto e fruto abundante. Ao longo dos séculos, o Povo de Deus tem trazido todas as nações aos pés de Jesus Cristo”.

Outro aspecto analisado pelo Prelado é que cada um de nós, como membros que somos desta Igreja Santa, como ramos desta Cepa que Jesus plantou, pode falhar e ser estéril e, o que é pior, pode ser infiel à sua vocação, ser cortado e ser lançado ao fogo. Ele acredita que as próprias comunidades menores podem também desaparecer, se os seus membros não derem os frutos que Deus espera delas.

“Foi o drama das Igrejas da Ásia Menor de que fala o Apocalipse, de algumas comunidades cristãs do norte de África tão florescentes nos primeiros séculos do cristianismo, é o drama de países inteiros que caíram na indiferença religiosa e até na incredulidade depois de muitos anos de fidelidade e de boas colheitas”, avalia.

Além disso, o Bispo enfatiza que Deus espera de nós frutos saborosos de boas obras, mas só os daremos na medida da nossa união a Cristo: “Eu sou a Cepa, vós as varas. Aquele que permanece em Mim e em quem Eu permaneço é que dá muito fruto, porque, sem Mim, nada podeis fazer” (João 15,5). Para Dom Keller, esta vida íntima de união com Cristo é alimentada pelos auxílios espirituais comuns a todos os fiéis, de modo especial, pela participação ativa na Liturgia e pela oração contínua.

Por fim, o Bispo nos deixa os seguintes questionamentos: Os nossos lares cristãos estão dando os frutos de filhos que Deus espera deles? Os esposos cristãos estão dando frutos de fidelidade que os faça cada vez mais felizes? As comunidades cristãs estão dando os frutos apostólicos que o mundo necessita? Nós cristãos estamos dando frutos de entrega aos nossos irmãos pobres e necessitados? Existem em nossa Diocese e em nossas Paróquias os frutos de generosidade e entrega neste mundo tão necessitado de mais vocações sacerdotais e religiosas? (FB)