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"O inevitável"

Erexim – Rio Grande do Sul (Quinta-Feira, 30/10/2014, Gaudium Press) Dom José Gislon, Bispo da Diocese de Erexim, no Rio Grande do Sul, e Administrador Apostólico de Chapecó, em Santa Catarina, escreveu o artigo “O inevitável”, falando sobre a morte. Ele ressalta que no domingo, os cristãos celebram o dia da ressurreição do Senhor, da vitória da vida sobre a morte, mas neste domingo, especificamente, nós fazemos memória ou celebramos o Dia dos finados.dom_gislon_gaudium_press.jpg

Segundo o Prelado, muitos vão ao cemitério e/ou à celebração litúrgica da comunidade, manifestando um gesto piedoso para com os amigos e parentes que partiram deste mundo, mas continuam presentes na nossa memória, e porque não dizer que continuarão para sempre fazendo parte da nossa vida, até o momento ou hora de concluirmos a nossa jornada.

“Nestes dias sobre todos, independentemente de professarmos ou não uma fé, paira uma sombra, porque não se encara a morte dos outros sem pensar na própria. Hoje, embora recebamos notícias diariamente sobre a morte, ela praticamente está se tornando um tabu. Podemos percebê-la como uma injustiça, embora saibamos que é inevitável, como uma ruptura com as seguranças que fomos criando ao longo da vida, como uma separação dos afetos mais importantes que preenchem o nosso cotidiano”, avalia o Bispo.

Ainda conforme ele, a morte é para todos, mas pranteada segundo as culturas e as religiões. Dom Gislon afirma que, emotivamente, é impossível não sentir a dor da separação, nem é justo pedir a alguém para não chorar pelo luto e pela dor causada pela perda de um familiar ou um amigo, mesmo se o fato é vivido à luz da fé.

Além disso, o Prelado salienta que, para os cristãos, é a ressurreição de Cristo a lente através da qual cada um pode ler a vida e a morte. Ele enfatiza também que não será uma leitura cristã se não se parte da ressurreição, pois em Jesus se realiza a salvação da humanidade, por meio da sua morte e ressurreição. “Os mistérios pascais são a sentença de condenação da morte”, completa.

No entanto, o Bispo enfatiza que é necessária a fé no senhor Jesus para receber a vida eterna e a ressurreição: “Porque esta é a vontade do meu Pai: que toda a pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,40). De acordo com ele, destas palavras de Jesus, podemos compreender que a fé não é só espera da ressurreição, mas é já hoje participação na vida eterna.

“Se a morte é o momento do encontro com Cristo e do ingresso na sala do banquete nupcial, não deveria ser um evento temido, pois é a porta para passarmos à contemplação eterna da face de Deus”, conclui. (FB)

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