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“A eficácia espiritual é obra da graça”, afirma o Bispo de Frederico Westphalen

Frederico Westphalen – Rio Grande do Sul (Quarta-Feira, 15/10/2014, Gaudium Press) “A Soberania de Deus.” Este é o título do artigo de Dom Antônio Carlos Rossi Keller, Bispo da Diocese gaúcha de Frederico Westphalen. O Prelado afirma que a Palavra de Deus do 29° Domingo do Tempo Comum A, que contemplaremos neste domingo, dia 19, nos fala sobre a soberania de Deus: a primeira leitura e o Evangelho refletem sobre a soberania de Deus na condução da história do mundo; a segunda leitura, da soberania de Deus na vida espiritual e na ação pastoral da Igreja.Bispo de Frederico Westphalen.jpg

Segundo o Bispo, a primeira leitura, tirada do livro do Profeta Isaías (Isaías 45,1.4-6), nos dá um exemplo dessa soberania na libertação do Povo de Deus do cativeiro da Babilônia. Para ele, humanamente falando, esse cativeiro terminou porque um rei estrangeiro conquistou a Babilônia e deu a liberdade aos prisioneiros. Dom Keller destaca que o profeta Isaías ensina que esse rei, Ciro, foi o instrumento de que Deus quis se servir para realizar os seus planos, e sem haver conhecido o verdadeiro Deus, Ciro entra no plano de Deus ao libertar do cativeiro da Babilônia o Povo de Israel.

“Por isso, o profeta lhe chama de Ungido do Senhor. A Providência de Deus está dentro e acima das ações dos homens. A ação constante da providência não se capta na hora da sua execução, é algo em que se acredita, e só mais tarde, ao olhar os acontecimentos do fim para o princípio, é que se descobre que andou ali a mão de Deus. ‘Ele é, em tudo e sempre, o Senhor'”, completa.

Ainda conforme o Prelado, o texto do Evangelho, tirado de São Mateus (Mateus 22,1521), relata outra faceta dessa soberania absoluta de Deus: dois partidos opostos (fariseus e herodianos) tentam comprometer Jesus na relação entre a fé e a política, apresentando-as como atitudes antagônicas. O Bispo ressalta que Jesus afirma que uma não exclui a outra: Deus é o Senhor de tudo e só a Ele adoramos, mas não se alheia da atividade cívica e política, e o cristão deve ver aí um meio de ajudar a construir um mundo mais justo.

“Não afasta Deus do seu coração quando dá o seu voto e o contributo dos impostos justos. Faz tudo isso com os olhos em Deus, único juiz e Senhor da história. Mantém, porém um espírito lúcido e autônomo acerca dos atos governativos e, quando sentir que eles se afastam da lei de Deus e da justiça social declara a sua oposição a tais atos. Ao destruir a divinização da política, o cristão fez cair um dos mais poderosos ídolos da antiguidade e tornou humana a atividade política”, avalia.

Por fim, Dom Keller menciona a segunda leitura, tirada da 1ª Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 1,1-5b, que nos convida a fazer uma reflexão sobre a soberania de Deus na vida espiritual e na ação pastoral da Igreja. Paulo lembra que tudo o que se passou com os tessalonicenses, desde a sua pregação inicial até ao seu desenvolvimento, é obra do Espírito Santo. Para o Bispo, nós somos servos necessários na pregação da Palavra e na administração, mas a adesão interior das pessoas e a eficácia espiritual é obra da graça.

“A Igreja é a vinha querida por Deus, como lembramos há dias, mas o viticultor é Deus. Nesse aspecto, confessamos a soberania de Deus e reconhecemo-nos a nós como servos inúteis. Também aqui, só Deus é o Senhor, só Ele é santo. É essa soberania que proclamamos no Hino de Louvor da Missa (Glória) e que cantaremos no Santo e na doxologia conclusiva da Prece eucarística”, conclui. (FB)

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