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José, Vice-rei do Egito

Redação – (Segunda-feira, 19-01-2015, Gaudium Press) – Reconhecendo a inteligência e a sabedoria de José, o faraó o nomeia para o mais alto cargo no Egito, com o poder de organizar toda a produção agrícola do país e o armazenamento dos alimentos, tendo em vista a fome que assolaria a região.

Sonhos do faraó

Havia dois anos que José se encontrava no cárcere; e Deus, que pode demorar, mas não falha, veio em seu auxílio.

O faraó, certa noite, teve dois sonhos. No primeiro, viu sete vacas gordas que pastavam; em seguida apareceram sete vacas magras que devoraram as gordas. No outro sonho, o faraó observou sete espigas graúdas e belas; e logo depois sete espigas mirradas e feias que engoliram as graúdas.

Pela manhã, estando muito perturbado, o faraó mandou chamar todos os adivinhos do Egito; contou-lhes os sonhos e pediu que os interpretassem. Mas eles não conseguiam saber seu significado.

Então, o copeiro-mor disse ao faraó que queria reparar sua falta de gratidão para com José. E contou-lhe os sonhos que ele e o padeiro-mor tiveram, e como o jovem hebreu os interpretou com exatidão: o copeiro foi readmitido no serviço do faraó, e o padeiro, enforcado.

José interpreta os sonhos

O faraó mandou chamar José – o qual, antes de se apresentar ao soberano, barbeou-se e mudou de roupa – e disse-lhe:

– Tive dois sonhos que me deixaram preocupado. Ouvi dizer que tu saberias interpretá-los.

E José respondeu-lhe:

– Não eu, mas Deus dará uma resposta plausível ao faraó (cf. Gn 41, 15-16).

Escreve o historiador francês Daniel-Rops :

“Quando José foi chamado para estar diante do rei, ele barbeou-se (Gn 41, 14); sua barba de asiático seria um insulto à majestade, pois, conforme a etiqueta egípcia, só o faraó usava barba, insígnia de poder, a qual era ordinariamente postiça.”

Após ter ouvido a narração dos dois sonhos, José afirmou que eles constituíam uma unidade, cuja interpretação era esta: As sete vacas gordas e as sete espigas graúdas significam que no Egito haverá sete anos de fartura; mas depois virá uma terrível fome, a qual durará sete anos e devastará o país.

E recomendou que o faraó procurasse “um homem inteligente e sábio” (Gn 41, 33) para dirigir os negócios do Egito, nomeasse fiscais e recolhesse a quinta parte das colheitas durante os sete anos de fartura; pois “esses mantimentos servirão de provisão ao país para os sete anos de fome que virão sobre o Egito, a fim de que o país não pereça de fome” (Gn 41, 36).

Grandes homenagens a José

Vivamente impressionado pela clarividência de José, o faraó nomeou-o vice-rei do Egito, tirou seu anel e o colocou num dos dedos do santo varão, o qual tinha, então, trinta anos de idade; mandou que o vestissem de linho fino e pôs ao seu pescoço um colar de ouro. E ordenou que todos se ajoelhassem quando ele passasse.

Dotado desse poder e trajado com tal magnificência, José percorreu o país inteiro, organizando todas as coisas. E, durante os sete anos de fartura, foi armazenando os alimentos, sobretudo o trigo, de modo sapiencial.

O faraó deu-lhe em casamento uma jovem chamada Asenet, com a qual teve dois filhos: Manassés e Efraim, que se tornaram posteriormente chefes de duas tribos distintas.

O flagelo da fome

Terminados os sete anos de fartura, teve início a fome conforme José havia predito. “Em todos os países grassava a fome, mas no Egito inteiro havia o que comer” (Gn 41, 54).

Quando esse flagelo começou a atingir o Egito, José mandou abrir todos os armazéns, para que se vendesse trigo aos habitantes. E pessoas “de toda a Terra vinham ao Egito comprar alimento de José, pois a fome era dura em toda a Terra” (Gn 41, 57).

Jacó, sabendo que no Egito havia alimentos, ordenou que seus filhos viajassem ao Egito a fim de comprar trigo. Assim, dez de seus filhos partiram, ficando em casa apenas o mais novo, Benjamin, o qual, como José, tinha nascido de Raquel.

José não caiu no desânimo quando estava na prisão, e não teve nenhum apego ao desempenhar o mais alto cargo de um reino, pois estava sempre voltado para Deus. Assim também, em quaisquer circunstâncias pelas quais passamos em nossa vida, tenhamos ânimo e confiança, procurando em tudo a glorificação do Altíssimo e de sua santa Igreja.

Por Paulo Francisco Martos
(In Noções de História Sagrada – 16)

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1- DANIEL-ROPS. Histoire Sainte – Le peuple de Dieu. Paris: Arthème Fayard. 1942, p. 59.

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