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José prova seus irmãos

Redação – (Segunda-feira, 26-01-2015, Gaudium Press) – Devido à fome que grassava em toda a região, muitas pessoas iam comprar alimentos no Egito. Entre elas, foram também os dez irmãos de José, o qual administrava a venda de cereais naquele país.

Somos teus servos

Quando chegaram diante de José, seus irmãos prostraram-se com o rosto em terra. Ele logo os reconheceu, mas não foi reconhecido; lembrou-se dos sonhos que tivera a respeito deles, quando rapaz, e disse-lhes:

– Vós sois espiões que vieram ver os pontos fracos do país.

Responderam eles:

– Não, Senhor! Teus servos vieram comprar mantimentos; somos gente honesta e não espiões.

Tendo José lhes replicado que eram espiões, eles afirmaram:

– Nós, teus servos, éramos doze irmãos, filhos do mesmo pai na terra de Canaã. O mais novo ficou com o pai e um dos doze já não existe.

O varão de Deus, a fim de pô-los à prova, declarou:

– Mandai um de vós buscar o irmão mais novo, e os outros ficarão presos aqui; assim provareis que dizem a verdade. Caso contrário, sereis considerados espiões.

José mandou colocá-los no cárcere e, no terceiro dia, chamou-os e disse-lhes:

– Eu temo a Deus e ordeno que fique um de vós na prisão; os outros levarão para suas casas o trigo que comprastes. Mas trazei-me o vosso irmão mais novo, para que eu possa comprovar a verdade de vossas palavras e não serdes condenados à morte.

Simeão fica como refém

Eles aceitaram a proposta e falavam uns aos outros: “É justo sofrermos estas coisas, pois pecamos contra o nosso irmão.” E Ruben acrescentou: “Não vos adverti para que não pecásseis contra o menino? Mas vós não me escutastes, e agora nos pedem contas do seu sangue.” (Gn 42, 21-22).

Não sabiam que José entendia tudo o que diziam, porque ele conversava através de um intérprete. Então, o varão de Deus se afastou deles e chorou. Voltou logo depois e escolheu Simeão para ficar como refém, mandando que o mesmo fosse amarrado à vista dos outros nove irmãos.

Em seguida, José ordenou a seus auxiliares que pusessem trigo nos sacos, colocando em cada um deles o respectivo dinheiro, e lhes dessem provisões para a viagem de volta. Assim foi feito e os nove partiram de regresso a Canaã.
Quando chegaram junto a seu pai, contaram-lhe tudo o que lhes havia acontecido. Ao esvaziarem os sacos, encontraram em cada um deles a bolsa de dinheiro e todos ficaram com medo.

Tendo acabado as provisões – e a fome continuava na terra de Canaã -, os irmãos disseram ao pai que precisariam ir o Egito para conseguir alimento, mas deveriam levar também Benjamin. E Judá pediu a Jacó: “Deixai ir comigo o menino para que possamos pôr-nos a caminho e conservar-nos vivos, do contrário, morreremos nós, tu e nossos filhos. Responsabilizo-me por ele” ( Gn 43, 8-9).

Segunda viagem ao Egito

Jacó acabou concordando e pediu que os filhos portassem como presente para aquele importante homem do Egito: bálsamo, mel, especiarias, resina, terebinto e amêndoas. E o dobro do dinheiro para devolver o que havia sido posto nos sacos repletos de trigo, pois talvez tivesse havido algum engano dos servidores do vice-rei.

E assim foi feito. Conduzindo Benjamin com o duplo do dinheiro bem como as dádivas, os irmãos chegaram ao Egito e se apresentaram a José.

Assim que viu Benjamin com eles, José ordenou a seu mordomo que preparasse uma lauta refeição, pois iria almoçar com aqueles hebreus, incluindo Simeão que estava na prisão.

Na hora aprazada, ao entrarem na casa de José este lhes deu água para lavarem os pés, e eles, “prostrando-se por terra” (Gn 43, 26) diante do varão de Deus, lhe ofertaram os presentes que haviam trazido.

José perguntou-lhes como estava seu velho pai e, olhando para Benjamin, indagou se aquele era o irmão mais novo. Tendo eles respondido afirmativamente, José disse-lhe: “Deus te seja favorável, meu filho”; e, tomado pela emoção, entrou apressadamente em seus aposentos e desatou a chorar.

Depois de lavar o rosto, o varão de Deus mandou a seus criados que servissem a refeição a ele e aos hebreus; e ordenou que a porção de Benjamin fosse cinco vezes maior que a dos outros.

A taça de prata

Quis ainda José que seus irmãos passassem por outra prova, a última. Ordenou a seu mordomo que, juntamente com os víveres, pusesse nos sacos o dinheiro de cada um e, no do mais moço, fosse colocada a taça de prata do vice-rei. Assim foi feito e eles começaram a viagem de regresso a Canaã.

Tendo eles apenas saído da cidade, José mandou que um dos seus auxiliares fosse atrás dos hebreus, pois tinham levado sua taça.

Assim que os alcançou, o egípcio revistou cada saco e encontrou a taça de prata no de Benjamin. Então, profundamente consternados, os onze irmãos voltaram à residência de José o qual disse que Benjamin – com quem fora encontrada a taça – deveria ficar no Egito como escravo, e os outros poderiam voltar para Canaã.

Judá se adiantou e afirmou que o pai deles morreria ao saber que Benjamin não regressara; e propôs que ele mesmo ficaria como escravo, em lugar do irmão mais novo.

As sábias atitudes do justo José com relação a seus irmãos – com exceção de Benjamin, que era inocente – tiveram como objetivo puni-los de seu gravíssimo pecado, cuja raiz foi a inveja. Peçamos a Nossa Senhora que jamais sejamos invejosos, mas sim admirativos das qualidades do próximo.

Por Paulo Francisco Martos
(in Noções de História Sagrada (17))

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