Dom Celli alerta os pais a não deixarem seus filhos sozinhos na internet

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 29-01-2015, Gaudium Press) Por ocasião da apresentação da Mensagem do Papa para a 49ª Jornada Mundial das Comunicações Sociais, que trata sobre a Comunicação da Família, o Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli, refletiu sobre a aprendizagem que se dá no lar sobre este importante aspecto da vida. Em diálogo com a agência Zenit também destacou os desafios que as novas formas de comunicação impõem aos pais, que tem o dever de guiar e proteger os seus filhos também nos ambientes virtuais.

Com cada vez mais frequência, as crianças enfrentam sozinhas riscos cada vez maiores na Internet. Foto: Uros Velickovic

“A maioria das famílias não põem filtros para protegê-las (as crianças) das coisas negativas”, alertou o prelado, que afirmou que está preparando com os Bispos “um chamado da pastoral familiar para que os pais se sintam envolvidos no caminho dos próprios filhos no continente digital”. Dom Celli comentou em várias ocasiões que devem entender-se as novas tecnologias não como um serviço, mas como um novo lugar, um espaço onde as pessoas, especialmente as mais jovens, vivam. Isto representa riscos que ainda não se mitigam: “em nossa sociedade uma criança passa de 3 a 5 horas no computador de maneira solitária”.

O convite do Presidente do Pontifício Conselho é que a família se envolva na proteção das crianças e lamentou que os pais ainda não sejam conscientes desta realidade e que a escola “se limite a ensinar os lados técnicos” sem enfrentar o problema de fundo sobre o uso inadequado. É possível, indicou, que o Dicastério elabore um guia pastoral que ajude aos pais a entender sua missão com respeito ao uso de meios sociais e de comunicação por parte de seus filhos.

“Assim como não deixamos aos filhos pela rua ou sozinhos, tão pouco devermos deixá-los sozinhos por estas ruas digitais”, propôs por sua vez a professora Chiara Giaccari, da Universidade do Sagrado Coração de Milão. A especialista, junto a seu esposo o também professor Mauro Magaletti, comentou a mensagem papal advertindo que a comunicação requer um ambiente, que na família é o amor. Neste ambiente se aprende a comunicar-se e a supera os erros e fracassos deste processo, e a dar integralidade à comunicação, a qual não é uma atividade técnica, mas que envolve todos os aspectos da pessoa. (GPE/EPC)