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Começam as pragas do Egito

Redação – (Quinta-feira, 12-03-2015, Gadudium Press) – Iniciando seu ministério profético, Moisés, fiel instrumento nas mãos de Deus, faz cair sobre o faraó e o povo egípcio terríveis castigos, por não terem obedecido às ordens do Altíssimo.

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A praga das moscas

Moisés e Aarão – que estavam, respectivamente, com 80 e 83 anos de idade – apresentaram-se ao faraó e disseram-lhe que ele deveria deixar, durante três dias, o povo hebreu ir ao deserto a fim de oferecer sacrifícios a Deus.

O cajado que se transforma em serpente

O ímpio faraó não o permitiu, e até mesmo obrigou os israelitas a trabalharem muito mais. Então, os capatazes judeus foram ter com Moisés e Aarão e, acremente, disseram-lhes que os dois irmãos eram os responsáveis por tal situação.

Preocupado, Moisés se dirigiu a Deus, o qual lhe mandou falar ao povo israelita que o Senhor os tiraria daquela escravidão e os introduziria na terra que Ele prometera dar a Abraão, Isaac e Jacó. Ele assim o fez, mas o povo não lhe deu ouvidos.

Essa falta de fé foi o primeiro grande sofrimento que o povo hebreu causou a Moisés, mas ele não desanimou e continuou sua heroica caminhada.

Moisés e Aarão voltaram a falar com o faraó, que lhes pediu um sinal. Aarão jogou seu cajado ao solo, e ele se transformou em serpente. O faraó mandou chamar os feiticeiros do Egito, que fizeram o mesmo. Mas o cajado de Aarão engoliu as varas dos outros.

Comenta Plinio Corrêa de Oliveira: “Houve então a conhecida luta entre os Anjos, que praticavam milagres por ordem do Altíssimo, e os demônios que, através dos magos egípcios, imitavam os prodígios de Moisés.”

Primeira praga: as águas se transformam em sangue

Entretanto, o faraó não atendeu ao pedido de Moisés e Aarão. E por isso teve início a primeira das dez pragas do Egito.

O Senhor disse a Moisés que mandasse Aarão ferir com seu cajado as águas do Nilo, na presença do faraó e de seus ministros; depois disso, elas se transformaram em sangue e todos os peixes morreram.

Alguns autores, movidos no fundo pela falta de Fé, afirmam que as águas não se transmudaram em sangue, mas simplesmente ficaram avermelhadas como sucede anualmente no Nilo, devido a miríades de cogumelos dessa cor. A isso, o grande exegeta Fillion responde:

Todavia, este sentimento não é conforme nem ao texto, simples e literalmente entendido, nem à interpretação bíblica (cf. Sb 11, 7) […], nem à explicação comum dos Padres e dos Doutores, vários dos quais conheciam, entretanto, o fenômeno anual chamado do ‘Nilo vermelho’. Trata-se, pois, de sangue propriamente dito.

“Os magos do Egito fizeram o mesmo com seus encantamentos – ou seja, com uma pequena quantidade de água recolhida de algum poço; e o faraó, continuando com seu coração endurecido, não atendeu ao pedido de Moisés e Aarão” (Ex 7, 22).

Segunda e terceira pragas: rãs e mosquitos

Após sete dias, obedecendo às ordens dadas por Deus a Moisés, Aarão estendeu seu cajado sobre os rios, canais, pântanos; em seguida, rãs invadiram o Egito, penetrando inclusive no palácio real e até sobre o leito do faraó. Os magos fizeram o mesmo, e dessa forma apenas agravaram a praga.

O faraó mandou chamar Moisés e Aarão, e pediu-lhes que afastassem as rãs, e depois deixaria os hebreus partirem para oferecerem sacrifícios ao Senhor. Moisés suplicou a Deus e o castigo cessou.

Mas, esse faraó era um homem falso. Vendo-se livre das rãs, não atendeu ao pedido de Moisés e Aarão.

Deus, então, ordenou a Moisés que falasse com seu irmão, para que este golpeasse com seu cajado a poeira da terra, a fim de que se transformasse em mosquitos. Os feiticeiros, não conseguindo fazer o mesmo, disseram ao faraó: “Aqui está o dedo de Deus. Mas o faraó continuou obstinado” (Ex 8, 15).

Quarta e quinta pragas: moscas-varejeiras e pestes dos animais

Deus castigou, então, o Egito com moscas-varejeiras que infestaram todo o país, com exceção das casas onde residiam os hebreus, na terra de Gessen.

O faraó mandou chamar Moisés e Aarão e disse-lhes que os hebreus poderiam realizar seu culto, mas sem sair do país. Moisés respondeu-lhe: “Não convém fazer assim, pois o sacrifício que nós oferecemos ao Senhor nosso Deus é abominação para os egípcios […]. Temos de caminhar três dias pelo deserto para oferecermos sacrifícios” (Ex 8, 22-23).

“Abominação” porque seriam imolados animais que os egípcios consideravam sagrados. Afirma o grande historiador austríaco Weiss que proporcionavam a certos animais: banhos quentes, perfumes, alimentos preparados; e quando morriam faziam um enterro dispendioso, como sucedeu com o boi apis, cujo corpo foi colocado numa câmara dourada e conduzido por um barco, através de um rio, até Menfis.

O faraó cedeu, as moscas desapareceram, mas logo depois ele proibiu que os hebreus saíssem.

O Altíssimo mandou outra praga: uma peste mortífera atingiu os animais do Egito. “Pereceram todos os rebanhos dos egípcios, mas não morreu um só animal dos rebanhos israelitas” (Ex 9, 6). Mesmo assim, o ímpio faraó não permitiu que os hebreus se retirassem.

Que o santo profeta Moisés, cuja memória a Igreja comemora no dia 4 de setembro, obtenha de Nossa Senhora para cada um de nós a graça de cumprirmos nossa missão específica, jamais desanimando por maiores que sejam as dificuldades que se nos apresentam.

Por Paulo Francisco Martos
(in Noções de História Sagrada – 21)

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1 ) CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Moisés, prefigura do Redentor, in Dr. Plinio, n. 90, setembro 2005, p. 26.

2 ) FILLION, Louis-Claude. La Sainte Bible commentée. 6. ed. Paris: Letouzey et ané. 1923, v. 1, p. 210.
3 ) Cf. Idem, ibidem, p. 210.
4 ) Cf. Idem, ibidem, p. 211.
5 ) Cf. Idem, ibidem, p. 213.
6 ) Cf. WEISS, Johann Baptist. História Universal. Barcelona: La Educación. Vol. I, 1927, p.544-545

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