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O rugido do leão

Redação (Segunda-feira, 23-03-2015, Gaudium Press) A percepção de que certos animais simbolizam virtudes que podem estar presentes nos homens é tão real, que por exemplo a heráldica consagrou a figura do leão para expressar a valentia e a majestade próprias de certas estirpes. Certamente, quando quis Deus que Adão pusesse nome em todos os animais (Cfr. Gn 2, 20) sua intenção mais profunda era que o primeiro homem percebesse também esse simbolismo posto nas criaturas pelo próprio Criador.

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Existe um “ver” a Deus nas criaturas -pois as virtudes humanas somente são reflexo das divinas-, que é um exercício de transcendência, de transcender da ordem criada para chegar a Deus.

Recordo até hoje o rugido de um leão enclaustrado em um dos grandes zoológicos existentes nos Estados Unidos.

Se encontrava ele com parte de sua manada enquanto alguns visitantes faziam macacadas e até lançavam comida para tentar dele uma reposta. Mas, nem o leão, nem sua corte se dignaram a olhar para esses plebeus intrusos em seu reino.

Depois de alguns minutos, desesperançados, mas com a alegria de ter podido contemplar em detalhes ao Rei da selva, partimos rumo à contemplação de outro animal, maravilha de Deus. Mal tínhamos percorrido uns 10 ou 15 metros, quando -diríamos- o zoológico inteiro se petrificou diante do rugido fortíssimo do leão há pouco observado. Como que os tinha represados, os rugidos, pois foram vários. Mas só quando ele quis. A noção de domínio, de majestade e temor rapidamente vieram ao nosso espírito.

Seu caminhar costuma ser pausado, com “distância psicológica” diante dos fatos do ambiente. Não combina a majestade com a agitação. Ele tampouco brinca muito, comumente está “sério”: tampouco o riso permanente é sinônimo de sereno domínio. Mas de vez em quando brinca, um tanto: não é ele um rabugento, um “amargado”; um jogo de vez em quando, na intimidade, não opaca sua grandeza.

Normalmente ele não se introduz nas “rinhas” ou pequenos problemas “familiares”; só quando o caso é de certa “importância”, é que ele intervêm. O muito, muito pequeno não é obstáculo para a sua magnificência.

Quis Deus distingui-lo com sua juba, que é como sua coroa, que ajuda a ressaltar os fortes traços de seu rosto, e de sua “personalidade”.

O leão não é o tigre. No tigre (que também é magnífico) a ferocidade não está balanceada com certa nobreza. Do tigre sua vítima só pode esperar falta de misericórdia; por trás da ferocidade do leão também se percebe certa bonomia… Realmente, que animal magnífico é o leão.

Que a Virgem Maria nos ajude a transitar pelos caminhos da transcendência, pelos quais também se chega aos atributos de Deus.

Por Saúl Castiblanco

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

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