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Cardeal Versaldi fala em Veneza sobre a pobreza evangélica

Veneza – Itália (Terça-feira, 05-05-2015, Gaudium Press) A Faculdade de Direito Canônico de Veneza, teve nos dias 29 e 30 de abril, o seu “Dies Academicus” sobre o tema “Pobreza evangélica, missão e vida consagrada”.

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O Cardeal Giuseppe Versaldi, nomeado pelo Papa Francisco como Prefeito da Congregação para a Educação Católica, ministrou a aula inaugural, a respeito da “Radicalidade Evangélica e bens temporais, nos diversos estados de vida na Igreja”.

Formado em psicologia e direito canônico, o purpurado tratou sobre os bens temporais, em particular dos religiosos “é preciso fazer um verdadeiro discernimento espiritual, evitando extremismos e simplificações, com citações superficiais dos Evangelhos”. Lembrou que “os bens criados são absolutamente necessários para o desenvolvimento integral do homem”, pois Deus, quando concluiu a criação viu que todo o criado “era coisa boa” desde o início (Gn 1, 25).

Jesus, nos Evangelhos, condena o apego aos bens terrenos, mas ele próprio os usava para sua pregação, e tinha no seu séquito mulheres ricas que proviam não só o sustento de Cristo e de seus discípulos, mas a todas as necessidades do anúncio do Reino. Ele, recorda São Paulo, “fez-se pobre”, o que não deve ser confundido com o estado de miséria, pois seu pai adotivo, José tinha uma oficina de móveis.

“O critério decisivo, enfatizou o Cardeal, não é apenas que os bens são lícitos, mas que são até necessários, porém na medida e com a finalidade da pregação e do testemunho do Reino de Deus”.

Ao longo da História, a Igreja jamais abandonou, em nenhuma época, o princípio evangélico da pobreza, recordou o Cardeal Versaldi. O que levou à constituição de um patrimônio necessário para a missão que Cristo Jesus lhe designou: levar o Evangelho a todos os confins da terra, batizando todos os homens (Mc 16, 15). Corresponde aos administradores de bens eclesiásticos fazê-los frutificar para o exercício da missão da Igreja, a fim de não receberem a admoestação que Cristo põe na boca do proprietário, condenando o servo que tendo recebido um talento o enterrou, impedindo assim que, ao menos, o proprietário recebesse os juros do investimento bancário (Mt 15, 29).

Citando o Papa Francisco, o Cardeal conclui insistindo que nestes “tempos de crise e de mudanças globais, é necessário que a Igreja cumpra sua missão com credibilidade; e na cultura moderna se presta muita atenção ao testemunho e à profecia em relação propriamente aos bens temporais”.

Por José Manuel Jiménez, correspondente da Gaudium Press em Roma.

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