Bento XVI: “música ocidental desenvolveu-se no encontro com Deus, que, na liturgia, se torna presente em Jesus Cristo”.

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 06-07-2015, Gaudium Press) A Rádio Vaticano, pela primeira vez desde que tornou Papa Emérito, voltou a reproduzir oficialmente a voz de Bento XVI, neste sábado, 04/07.

O Papa Emérito agradecia, da Residência Pontifícia de Castel Gandolfo, a Dom Stanis?aw Dziwisz, Cardeal-arcebispo de Cracóvia, que lhe conferiu dois títulos de Doutorado “honoris Causa” em nome dos reitores da Academia Musical de Cracóvia e da Pontifícia Universidade João Paulo II.

Para o Cardeal Dziwisz, esta condecoração “representa a gratidão destas duas instituições pela grande estima que Bento XVI sempre nutriu para com São João Paulo II. Em segundo lugar, pelo seu serviço Pontifício e pela grande herança da sua doutrina e benevolência”.

Bento XVI e João Paulo II

Ao agradecer a homenagem, Bento XVI quis mostrar seu vivo apreço pelos títulos conferidos.

Segundo ele, esta condecoração reforça sua ligação com a Polônia, pátria do santo com o qual colaborou por longos anos. Sobre João Paulo II, o Papa Bento disse: “Sem ele, o meu caminho espiritual e teológico nem pode ser imaginado.

Com o seu exemplo vivo, ele nos ensinou que a alegria da grande música sacra pode caminhar de mãos dadas com a participação comum da sacra liturgia, como também a alegria solene e a simplicidade da humilde celebração da fé”.

Bento XVI: O que é a música?

“O que é, enfim, a música? De onde provém e para onde leva? “, perguntou o Papa Emérito.

E ele mesmo respondeu focalizando três fontes da música: a experiência do amor, a experiência da tristeza e o encontro com o divino.

Para ele, a poesia, o canto e a música nasceram da dimensão do amor, de uma nova dimensão da vida e de um toque amoroso de Deus.

“A qualidade da música depende da pureza e da grandeza do encontro com o divino, com a experiência do amor e da dor. Quanto mais esta experiência for pura e verdadeira, tanto mais pura e grande será a música, que dela nasce e se desenvolve”.

“No âmbito das culturas e das religiões mais diferentes encontramos uma grande arquitetura, pinturas e esculturas, mas também uma grande música. Contudo, em nenhum outro âmbito cultural há uma grandeza musical que possa se comparada com aquela nascida no âmbito da fé”, afirmou, baseado em sua experiência pessoal, o Papa emérito.

Para ele “A música ocidental supera sobremaneira o âmbito religioso e eclesial. Todavia, ela encontra a sua fonte mais profunda na liturgia e no encontro com Deus. A resposta da grande e pura música ocidental desenvolveu-se no encontro com Deus, que, na liturgia, se torna presente em Jesus Cristo”.

Dom da música

Bento XVI concluiu seu pronunciamento dizendo que “as duas universidades, que lhe conferiram este Doutorado “honoris causa” representa uma contribuição essencial, para que o grande dom da música, que provém da tradição da fé, não se dissipe”. (JSG)

Da Redação Gaudium Press, com informações Rádio Vaticano