Gaudium news > Perdão de Assis: levar ao mundo a misericórdia de Deus

Perdão de Assis: levar ao mundo a misericórdia de Deus

Assis – Itália (Sexta-feira, 31/07/2015, Gaudium Press) – Na quinta-feira, 30, teve início o Tríduo de preparação para a solenidade do Perdão de Assis.

Nestes dias, milhares de fiéis irão à Porciúncula para alcançar a Indulgência Plenária.

A propósito do dia de Perdão de Assis, o ministro geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Michael Perry, respondeu perguntas da Rádio Vaticano. Transcrevemos a seguir trechos de suas palavras.

“Em primeiro lugar, devemos considerar o contexto em que São Francisco pediu esta graça. O contexto era de um mundo em guerra, em conflito, (…) havia a guerra entre a França e a Alemanha, havia as Cruzadas na Terra Santa entre os cristãos e os muçulmanos; mas havia também conflitos no seio das famílias e também conflitos dentro da Igreja. Esse é o contexto que se deve ter em mente para entender melhor o significado desta Festa do Perdão de Assis”.

“Numa noite de 1216 Francisco encontrava-se imerso na oração na Porciúncula, como sempre fazia; viu uma luz, uma luz muito forte. Francisco viu Cristo no centro do altar e à sua direita Nossa Senhora e os anjos, que lhe perguntaram o que desejava para a salvação das almas.

A resposta imediata foi: “Embora eu seja mísero e pecador, peço-lhe que conceda amplo e generoso perdão”.
“Francisco pediu e recebeu do Papa Honório III, em 2 de agosto de 1216, essa graça de celebrar a Festa do Perdão na Basílica de Santa Maria dos Anjos.

Em todas as paróquias franciscanas, em qualquer lugar no mundo, é concedida a indulgência a quem se confessa, recebe a comunhão e reza pelo Papa. Creio que essa festa expresse o desejo de receber a graça da libertação interior e da libertação a nível relacional, a fim de que não sendo mais escravos do nosso passado e dos nossos limites humanos, possamos entrar no Reino dos filhos e das filhas de Deus.

(…)Tornar-se, de certo modo, uma bênção e portadores da misericórdia espiritual e material rumo a toda a humanidade e também rumo a toda a Criação. A meu ver, esse é o significado desta Festa do Perdão de Assis.”

A confissão para obter a Indulgência

A Rádio Vaticano perguntou: Nestes dias da solenidade milhares de pessoas acorrem à Porciúncula para confessar-se. Hoje, como viver a confissão de modo maduro?
Frei Michael Perry respondeu: – “Em primeiro lugar, gostaria de dizer que há várias dimensões desta Confissão.

Esse percurso começa a nível pessoal, portanto, a dimensão pessoal. Vemos que as pessoas buscam sempre a misericórdia de Deus na própria vida e, de certo modo, fazem uma confissão pessoal no coração, na profundidade de seu coração e da sua experiência humana. Esse é o primeiro passo rumo a uma vida reconciliada.

Depois, há uma dimensão eclesial. A Igreja oferece sempre a possibilidade aos cristãos de se confessarem no Sacramento da Reconciliação. Portanto, a Igreja reconhece a dimensão social e sacramental do ato, ou melhor, do movimento interior da pessoa que quer aproximar-se novamente de Deus e que quer também receber essa graça do Sacramento da Reconciliação. Além disso, a Igreja serve como instrumento dessa graça através da Confissão.

Em todas as partes do mundo os franciscanos verificam um aumento numérico de católicos que querem receber essa graça do Sacramento.

(…)Há mais cristãos em relação aos últimos 5, 10 anos, que estão retomando essa prática de ir confessar-se pedindo a bênção, o perdão e a possibilidade de retomar a própria vida.

Creio que seria importante apresentar o Sacramento como uma verdadeira experiência de libertação, de conversão, de reconciliação, de alegria. E, por fim, ajudar os cristãos a fazerem aquilo que o Papa Francisco nos disse em sua convocação do Jubileu da Misericórdia, ou seja, confessar-se e depois agir e produzir os frutos da caridade e da justiça no mundo de hoje.”

Tempo de misericórdia

“Todo o tempo da história da nossa vida é o tempo da misericórdia. Então, estamos realmente contentes que o Papa Francisco tenha convocado o Ano da Misericórdia.

O tempo da misericórdia não é somente limitado a este ano de graça, a este Ano do Jubileu: o sentido deste tempo é tornar-se uma pessoa que viva da misericórdia de Deus e que partilhe essa misericórdia com todas as pessoas com as quais vivemos, que encontramos, e estender isso ao mundo. Tornar-se missionários da misericórdia e aprofundar essa experiência do perdão em nossa vida, sentir-se amados, acolhidos, abraçados por Deus, assim como o Filho pródigo. E, ademais, podemos tornar-nos sinal concreto para o mundo de hoje que está buscando essa reconciliação e essa misericórdia. De certo modo, esse me parece ser o sentido deste tempo da misericórdia.” (JSG)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas