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"O ministério ordenado é vocação", diz Arcebispo de Porto Alegre

Porto Alegre – Rio Grande do Sul (Segunda-Feira, 03/07/2015, Gaudium Press) Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, reflete em um artigo sobre a alegria do ministro ordenado no seio da comunidade de fé e expressão da experiência do encontro com a pessoa de Jesus. Para ele, essa experiência lhe preenche o coração e a vida, pois concede ao ministro ordenado coragem e forças para anunciar a todos que o Evangelho de Jesus Cristo é vida.

De acordo com o Prelado, os ministros ordenados são convidados a, insistente e persistentemente, cultivar a experiência do encontro com Jesus, recuperando o frescor do Evangelho. Dom Spengler destaca que eles apontam estradas, métodos criativos, formas de expressão, sinais eloquentes, palavras significativas para, no mundo atual, evangelizar, pois essa missão requer palavra e testemunho.

“O resgate do frescor original do Evangelho pressupõe um caminho. Ora, a palavra caminho diz de uma das experiências mais características do ser humano. A própria vida humana tem a característica de caminho. Isso porque a vida humana é sempre tarefa a ser levada a termo ao longo de um percurso. Viver é fazer um caminho”, avalia.

Além disso, o Arcebispo afirma que o caminho é sempre um meio para ligar pontos, lugares, tempos, e ele sempre conduz a algo, a algum lugar e situação. Conforme ele, o caminho é dado, mas é também construído.

Dom Spengler ainda salienta que a existência humana tem a característica do caminho e que o ser humano pode caminhar voltado para si mesmo ou aberto para os apelos que lhe advêm do outro e do mundo. Ou seja, se concentra sobre si mesmo, ou se volta para o tu, para o outro; um modo de caminhar busca autoafirmação, o outro, a autodoação: dois modos que indicam tipos humanos distintos.

“Jesus Cristo indica um modo característico de como percorrer o caminho da vida. Trata-se de um modo não marcado pela autorreferencialidade, mas pela entrega ou doação de si. São Paulo descreve magnificamente esse modo de ser: ‘Jesus, sendo de condição divina, não fez caso do seu ser igual a Deus, mas esvaziou-se…’. E exorta os cristãos a terem os mesmos sentimentos de Cristo Jesus”, reforça o Prelado.

Ele também recorda que o que São Paulo aponta como caminho para todos os cristãos vale ainda mais para os ministros ordenados da Igreja. Para o Arcebispo, os ministros, a partir de indicações que se podem colher no Novo Testamento, agem publicamente em favor da humanidade na pessoa de Jesus Cristo. Segundo a doutrina legada pela sã tradição da Igreja, eles agem na pessoa de Cristo Jesus e por isso são exortados a cultivar a mesma percepção, sensibilidade, perspicácia do Homem de Nazaré, ele que “passou por entre nós fazendo o bem” e que “fazia bem todos as coisas”.

“A característica do ser e agir de Cristo Jesus, acolhida e assumida livremente pelos ministros ordenados, é algo que não pode ser extinto e nem removido. Ainda que tal característica seja primordial e usualmente relacionada ao culto, pode-se certamente considerá-la como decorrência do compromisso sagrado e público de se colocar a serviço da vida, em todas as suas dimensões, manifestações e situações”, diz.

Outra questão abordada por Dom Spengler é que o ministério assumido através da sagrada ordenação não cria privilégios. Segundo ele, se há um privilégio possível é aquele de, alegremente, se “aprimeirar” no testemunho e no anúncio do Evangelho. Para ele, o ministro ordenado tem a tarefa de construir a unidade da fé no seio da comunidade, orientando, animando e corrigindo os irmãos no caminho da fé em Deus e em Jesus Cristo, vivo e presente, lá onde dois ou três se reúnem em seu nome.

Por fim, o Prelado enfatiza que o ministério ordenado é vocação, é chamado de Deus. “Quem foi chamado por Deus não se pavoneia, nem corre atrás de reconhecimentos ou aplausos efêmeros; não sente ter subido de categoria, nem trata os outros como se estivesse num grau superior” (Papa Francisco).

O Arcebispo agradece e reconhece o empenho de tantos ministros ordenados em favor do anúncio do Evangelho do Crucificado-Ressuscitado em prol do povo de Deus desejoso de vida e vida em plenitude. “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida desses homens que, ao longo do caminho, se encontraram e se encontram com Jesus”, conclui. (FB)

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