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Médico britânico relata sua experiência de conversão e consolo na confissão

Londres – Inglaterra (Sexta-feira, 02-10-2015, Gaudium Press) A vida do Dr. John Morrissey teve um capítulo obscuro do qual saiu graças ao Sacramento da Penitência, segundo um relato seu publicado pelo informativo inglês The Catholic Herald. Depois de chegar a depressão pelo contato contínuo com a morte em um ambiente de distanciamento de Deus, o médico recordou o consolo do sacramento e acudiu a ele com urgência.

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“Meu estado espiritual era o de um alegre pagão, um Baco em uma roupa branca suja e uma auréola falsa”, admitiu o Dr. Morrissey em seu relato. “Apesar de uma profunda experiência religiosa dois anos atrás, minha vida moral estava ainda pintada em várias gamas de negro, e minha cabeça estava cheia de sincretismo confuso, sem sentido de Nova Era”.

Neste estado se enfrentava cada dia a uma dramática realidade: a atenção dos pacientes terminais de câncer em seu hospital, um trabalho que realizou durante um ano. Depois de um ano de não praticar a Fé, seu incompleto regresso se limitava a algumas orações “pedindo que meus pacientes se recuperassem, ou que eu não estivesse de turno quando necessitassem ser admitidos”, recordou. “Minhas orações não foram atendidas. As mortes continuaram sem descanso. Uma grande sensação de falta de sentido e desesperança encheu meu coração”.

O impacto da necessidade de conversão

O médico não só atravessava uma crise espiritual e profissional, mas ainda vivia na solidão e não tinha amigos, por quanto começou a frequentar o álcool, sem sequer ter amigos casuais para este fim. “Meu coração estava batendo, mas eu não estava vivo”, resumiu o Dr. Morrissey. O lugar mais baixo em sua crise foi alcançado quando revisava as notas de um paciente jovem recém falecido e sentiu afundar-se na depressão. Diante da expressão de seu rosto, uma presente lhe perguntou se se sentia bem. Com lágrimas no rosto respondeu: “Sinto que estou lutando para ver algo de bem neste lugar. Simplesmente há muita morte aqui”.

Ao encontrar-se nessas condições enquanto bebia uma noite, sentiu a necessidade angustiosa de sair do bar. “Era como se visse o lugar pela primeira vez, como realmente era”, confessou, ao mesmo tempo que referiu como via a todos os presentes como perdedores e como cada um dos seus olhares parecia estar manchado de malícia. “Me sentia muito só. Voltei em meu frio e sudoroso e comecei a procurar uma rota de fuga”.

A sensação foi acompanhada por uma certeza de sua própria condenação e a necessidade urgente de acudir a confissão. “Como um homem jovem jogando na grande cidade, eu não era estranho ao pecado, mas até esse momento, nunca havia sido consciente dos efeitos de sua cobrança letal sobre minha alma”, relatou. Ao não pertencer a uma paróquia, buscou no diretório telefônico e encontrou uma comunidade jesuíta a qual telefonou e se dirigiu imediatamente em um táxi.

O incentivo da mudança

Ao chegar foi acolhido por religiosos e esperou a um sacerdote que teve que despertar em meio da noite para atendê-lo. “Ele deixou claro que tudo isso era muito irregular, mas lhe supliquei para que escutasse minha confissão, que ele aceitou misericordiosamente”, narrou o doutor Morrissey. Depois de mais de 10 anos sem confessar-se, o homem foi guiado pelo sacerdote e pode recordar o ato de contrição que aprendeu em sua infância. “Com as palavras finais da absolvição, com meus olhos fechados, meu medo desapareceu completamente. Nunca havia estado tão agradecido como nesse momento. Pedi perdão pela minha louca intrusão e deixei essa casa em paz”.

“Nada de extremo havia mudado, mas eu havia mudado, havia sido reconciliado”, recordou o médico. “Me dei conta que só meus próprios pecados poderiam realmente ferir-me e que se rompia meus vínculos com eles, perderia o medo da morte”. Em seu exercício profissional, os pacientes seguiam falecendo mas desta vez orava para que, como ele, pudessem encontrar a graça da misericórdia que ele mesmo havia experimentado.

O Dr. Morrissey descreveu como as pessoas não são devidamente conscientes do slimites da medicina e o dever de preparar-se adequadamente para o momento da morte. Além disso, refletiu nas similitudes do pecado com a enfermidade do câncer e como os pacientes sucumbem diante do mal porque o tratamento de radiação afeta a medúla óssea e os deixa sem defesas. Espiritualmente, os católicos recebem um “transplante” de vida espiritual através da Missa diretamente de Jesus Cristo o “doador universal”, que ainda ensina ao homem a empregar o sofrimento para sua salvação. Todas estas razões o levam a agradecer mais uma vez a dramática experiência na qual percebeu a necessidade de pedir perdão e receber a misericórdia de Deus. (GPE/EPC)

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