Gaudium news > Radiante aurora da salvação

Radiante aurora da salvação

Redação (Sexta-feira, 09-10-2015, Gaudium Press) Imaginemos um panorama marítimo nas últimas horas da madrugada. Ainda é noite. O luar prateado se reflete nas águas e as estrelas coruscam com um brilho especial, como se quisessem prolongar sua presença ante o amanhecer que chega. O oceano se afigura misterioso e o silêncio da natureza que dorme é apenas interrompido pelo estrondear das ondas.

Radiante aurora da salvação 1.jpg

Inexoravelmente, os astros noturnos começam a se esvanecer e uma réstia de luz avermelhada surge no horizonte. Pouco a pouco o firmamento vai-se tingindo de rosa e laranja, as trevas se diluem e a aurora começa a despontar. Os peixes põem-se a pular com vivacidade e os pássaros enchem os ares com seus gorjeios. Todas as criaturas se rejubilam. É mais um belo dia que manifesta seus resplendores matutinos. Uma feeria de cores transforma a paisagem num maravilhoso espetáculo, que atinge o ápice de sua magnificência quando nasce o Astro Rei.

Ora, algo semelhante ao alvorecer passou-se na História. Durante milênios o mundo esteve imerso nas trevas do paganismo e do pecado. Apenas algumas almas justas reluziam como estrelas, lembrando as promessas da Aliança: o Sol de Justiça haveria de vir para libertar os homens dos grilhões do mal e da morte. Mas, quando se daria isto?

Os primeiros lampejos deste Sol cintilaram sobre a humanidade quando veio à luz Maria Santíssima. A terna Menina nascida da fé de São Joaquim e Sant’Ana transformou a noite da História em radiante aurora. As sombras fugiam e a criação exultava com a vinda d’Aquele para quem todas as coisas foram feitas: “tudo foi criado por Ele e para Ele” (Col 1, 16).

A Natividade de Maria marcou o início da vitória do bem sobre o mal. Invisível para a grande maioria dos homens na Terra, este augusto acontecimento deve ter sido, entretanto, “saudado pela alegria de todos os Anjos do Céu, acompanhada, talvez, da felicidade experimentada, aqui e ali, pelas almas retas. Adaptando as palavras de Jó (3, 1-9), poder-se-ia assim exprimir esse sentimento de júbilo: ‘Bendito o dia que viu Nossa Senhora nascer, benditas as estrelas que A viram pequenina, bendito o momento em que seus pais verificaram que havia nascido a criatura virginal chamada a ser a Mãe do Salvador!'”.

Radiante aurora da salvação 2.jpg

Por intercessão d’Ela Jesus manifestou publicamente sua divindade por primeira vez, no milagre das Bodas de Caná. Também foi Maria quem manteve os Apóstolos unidos e confiantes no Cenáculo, para receberem o Espírito Santo e darem início à expansão da Igreja. E hoje, transcorridos dois milênios,é por meio d’Ela que nosso mundo, pervadido outra vez pelas sombras da impiedade, poderá ser reconduzido às sendas da virtude e do bem.

Por Irmã Patricia Victoria Jorge Villegas, EP

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas