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O Santíssimo Sacramento cura

Redação (Quarta-feira, 10-02-2016, Gaudium Press) À espera dos ecos do 51º Congresso Eucarístico Internacional celebrado em Cebú, Filipinas, na última semana de janeiro, digamos algo sobre o poder que têm o Santíssimo de curar males espirituais e materiais.

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Um provérbio bastante banal diz que a beleza não está nas coisas, mas nos olhos de quem as vê. É verdade… ainda que não seja toda a verdade, já que há coisas intrinsecamente belas que os olhos maliciosos não sabem apreciar.

Mas há outra verdade que não é menos importante: a visão, os olhos, podem ser educados, afinados, limpados. Contemplar e admirar a obra harmoniosa da criação, por exemplo, oxigena os olhos, os descansa e lhes dá luz. É um fenômeno natural, não necessariamente virtuoso, ainda que é certo que a graça aperfeiçoa a natureza.

Em sentido inverso, buscar e fixar a vista e a mente em horrores e porcarias -tanto abundam em nossos dias!- opaca o olhar e, o que é pior, mancha a alma. Felizmente, essa sujeira não é fatal, pois tudo se pode recompor com a graça de Deus e o exercício da virtude.

Sendo a pessoa alma e corpo entranhavelmente unidos, se compreende que se operem indistintamente nela repercussões somáticas, psíquicas e espirituais. Crescer como pessoa, é desenvolver por sua vez as potências do corpo e da alma. É triste ver corpos formidáveis com almas murchas ou inexpressivas, ou então, espíritos geniais que se arrastam em uma matéria descuidada e enferma.

A perfeição está no desenvolvimento temperante e integral da pessoa como um todo. A santidade não é outra coisa. É esse equilíbrio que vemos em homens e mulheres admiráveis, cujos pés pisam a terra e suas almas aspiram ao céu.

Como conquistar essa harmonia se não é com a ajuda da graça de Deus? Se somos assíduos à oração, aos sacramentos, à prática dos mandamentos, a graça nos dará o Senhor por mediação de Maria. Orar, celebrar e praticar sob o manto de Maria é a receita da bem-aventurança.

Nosso Senhor Jesus Cristo, depois de uma vida cheia de ensinamentos e de exemplos maravilhosos, antes de padecer e morrer, nos deixou um legado que é o maior tesouro que temos em nossa Igreja: a Sagrada Eucaristia. Presença, alimento e remédio, o Pão da Vida é um poderoso recurso ao nosso alcance para que esse desenvolvimento integral possa realizar-se e fazer-nos felizes.

Assim como o sol dá luz e calor a todo o que existe em nosso planeta, assim a Eucaristia ilumina e energiza a quem se familiariza com ela. Um renomado autor nos explica: “Qualquer um pode comprovar como as plantas expostas aos raios solares gozam de uma exuberância, beleza e vitalidade que não tem quando estão na sombra. Uma grande diferença que se deve unicamente ao esplendor do sol.

“Agora bem, se a natureza é embelezada desse modo pela luz solar, que admiráveis benefícios não proporcionará a alma o raio espiritual emanado diretamente do Deus escondido? Muito mais benéfica é a Eucaristia para nossa alma que o sol para nosso organismo corporal” (João Scognamiglio Clá Dias, O inédito sobre os Evangelhos, vol. 1, p. 442, Libreria Editrice Vaticana).

Belíssima realidade apresentada com lógica e simplicidade a potência da Eucaristia é formidável! Não disse Jesus “Eu sou o pão da vida” e “o pão que dá a vida”?

Quanto nos preocupa o que dirão e como nos veem os demais… Temos que reconhecer que uma secreta vanglória rói nosso interior. Para aparentar, normalmente utilizamos todo tipo de artimanhas, às vezes desonestas. Mas resulta que a melhor maneira de domar defeitos e de adquirir qualidades é expor-se aos raios benditos e misteriosos que emanam do altar do sacrifício, do sacrário onde está reservado o Senhor ou da custódia onde Ele reina. A Eucaristia cura! Só que para ser curado temos que ter Fé e arrancar filialmente do Sagrado Coração os lampejos sanadores de sua infinita misericórdia.

No dia 11 de fevereiro celebramos Nossa Senhora de Lourdes. Os milagres que se realizam em seu Santuário da França são impressionantes. Muitos peregrinos enfermos se curam de forma inexplicável para as leis da física; outros se convertem e regeneram completamente suas vidas. Mas temos que saber que, a maioria das vezes, o prodígio dessa mudança repentina, se produz no momento em que o Santíssimo passa junto aos enfermos abençoando-os na grande explanada diante da Basílica; isso, depois de que os peregrinos tenham tomado seu banho nas águas da fonte. Como há dois mil anos, Jesus diz hoje aos paralíticos de alma ou de corpo: levanta-te e anda!

Verdadeiramente a intimidade com o Santíssimo opera milagres. Para realizá-los, o Senhor conta com a Fé robusta e confiada dos pecadores. Mas a mudança, tão aos poucos, encontra indiferença, distância e até temor. E o pior é que católicos que não acodem a esta fonte bendita de cura, buscam “terapias alternativas” totalmente alheias e contrárias à Fé: Nova Era, reiki, ioga, feitiçaria… Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, rogai por nós!

Por Padre Rafael Ibarguren, EP

Assistente Eclesiástico das Obras Eucarísticas da Igreja

(Publicado originalmente em www.opera-eucharistica.org)

Traduzido do espanhol por Emílio Portugal Coutinho

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