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“Necessitamos recuperar a Quaresma”, exorta o Cardeal Cañizares

Valência – Espanha (Quarta-feira, 17-02-2016, Gaudium Press) Recordando que a Quaresma é um tempo importante para os cristãos, o Arcebispo de Valência, Cardeal Antonio Cañizares Llovera, em sua mais recente carta semanal fez um chamado para que se recupere este tempo litúrgico iniciado no dia 10 de fevereiro, Quarta-feira de Cinzas.Necessitamos recuperar a Quaresma, exorta o Cardeal Cañizares.jpg

“A Quaresma é um tempo especialmente relevante e importante para os cristãos. Têm tido e deve continuar tendo um profundo significado espiritual. Necessitamos recuperar a Quaresma. Talvez, em não poucos, se perdeu seu grande sentido. A secularização da sociedade, por uma parte, como uma espécie de cupim que corrói tudo, e, por outra, a debilitação da Fé em amplos setores cristãos, motivaram que palideça a vivência genuína da Quaresma na consciência de nossa sociedade”, assinala o purpurado.

O Cardeal também reflete que este tempo é “uma verdadeira escola de vida cristã”, já que permite que o homem se liberte de suas cadeias interiores, visão e paixões, “para sua unificação espiritual, para sua educação na bondade, na caridade, no perdão, na paz, na reparação do mal realizado, na esperança de todos os bens possíveis, na virtude sincera, na vida nova”.

Recordando que o período quaresmal é sobretudo penitencial que leva à oração, ao jejum e à penitência, diz que estas “são práticas com as quais os fiéis querem despojar-se de toda soberba e dispôr-se para receber os dons mais necessários e maiores, entre eles, e de maneira particular, a paz”.

Mais adiante, assinala que “conversão” é a palavra-chave que representa todo o espírito quaresmal: “converter-se significa repensar a vida e a maneira de situar-se diante dela a partir de Deus, onde está a verdade; colocar em questão o próprio e o comum modo de viver, deixar entrar a Deus nos critérios da própria vida, não julgar nem ver, sem mais, conforme as opiniões correntes que se dão no ambiente, mas em conformidade com o juízo e a visão de Deus mesmo, como vemos em Jesus”.

“Converter-se significa, em consequência, ‘obedecer a Deus antes que aos homens’, não viver sem como vivem todos, nem obrar como obram todos, não sentir-se tranquilos em ações duvidosas, ambíguas ou más pelo mero fato de que outros fazem o mesmo; começar a ver a própria vida com os olhos de Deus; buscar, por conseguinte, o bem, a paz, ainda que resulte incômodo e dificultoso; não apoiar-se no critério ou no juízo de muitos dos homens -e ainda da maioria- mas só no critério e juízo de Deus”, acrescenta o Cardeal.

Também expressou que o convite à conversão é um chamado a viver no amor de Jesus Cristo e um apelo “especialmente urgente a viver na paz”.

“O Senhor mesmo obrou assim, vindo trazer a paz; sua obra de redenção traz a reconciliação e a paz no amor e na justiça. Ele espera que o discípulo lhe siga, cooperando deste modo à redenção do gênero humano, nestes momentos”, escreve o purpurado, que acrescenta: “A esta mesma oração pela paz, e o jejum que lhe é inseparável, nos convoca a Santa Quaresma.

Ao concluir a carta ao Arcebispo de Valência encomenda este tempo quaresmal à Mãe de Deus, “para que nos conceda prodigamente os dons de sua materna bondade e nos ajude a ser uma só família, na solidariedade e na paz”. (GPE/EPC)

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