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Vaticano: Livro traça história do pontificado de Bento XVI

Cidade do Vaticano – (Quarta-feira, 25/05/2016, Gaudium Press) – “Abertura intelectual e Encontro” foram os pontos que marcaram os oito anos de pontificado de Bento XVI. E a tese que defende o padre e historiador Roberto Regoli, autor do livro ‘Para lá da Crise’, que trata da era do agora Papa emérito.

Padre Regoli é professor da Faculdade de História e Bens Culturais da Igreja, na Universidade Gregoriana (Roma). Ele apresentou sua obra ao lado de Dom Georg Gänswein, secretário particular de Bento XVI, e do historiador Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio.

O arcebispo Gänswein sustentou que o pontificado do Papa alemão ficou marcado pela luta contra a “ditadura do relativismo” e rejeitou a ideia de que a renúncia de Bento XVI se tenha ficado a dever a pressões ou traições:

“Devo dizer, de uma vez por todas, com toda a clareza, que Bento XVI não renunciou por causa do pobre e mal aconselhado mordomo [Paolo Gabriele, ndr]”, referiu o secretário do Papa emérito, para quem o chamado caso ‘Vatileaks’ era algo “demasiado pequeno” para justificar uma decisão “histórica”.

“Após a eleição do seu sucessor, o Papa Francisco, a 13 de março de 2013, não há dois Papas, mas há de facto um ministério alargado, com um membro ativo e um contemplativo”.

D. Georg Gänswein recordou que Bento XVI não renunciou nem ao seu nome nem à sua batina branca: “Ele não se retirou para um mosteiro isolado, mas continua dentro do Vaticano, como se tivesse dado apenas um passo para o lado, para dar espaço ao seu sucessor e a uma nova etapa na história do papado”.

Bento XVI apresentou a renúncia ao pontificado a 11 de fevereiro de 2013após sete anos e dez meses de pontificado, evocando a ‘avançada idade’ para justificar uma decisão que não se verificava há cerca de 600 anos na Igreja Católica e abrir caminho à eleição de um sucessor, Francisco.

Joseph Ratzinger realizou 24 viagens ao estrangeiro. No total, as viagens pontifícias tiveram como destino prioritário a Europa (16), seguindo-se a América (3), o Médio Oriente (2), a África (2) e a Oceânia (1). E a estas somam-se 30 visitas em solo italiano.

Bento XVI assinou três encíclicas e presidiu a três Jornadas Mundiais da Juventude, para além de ter convocado cinco Sínodos de Bispos, um Ano Paulino, um Ano Sacerdotal e um Ano da Fé.

As encíclicas, textos mais importantes do pontificado, começaram a ser publicadas em 2006, com a ‘Deus caritas est’ (Deus é amor), um texto breve que apresenta a ‘essência’ do Cristianismo.

‘Spe salvi’ (Salvos na esperança) é o título da segunda encíclica de Bento XVI, dedicada ao tema da esperança cristã, num mundo dominado pela descrença e a desconfiança.

A terceira encíclica, ‘Caritas in Veritate’ (A caridade na verdade), propõe uma nova ordem política e financeira internacional, para governar a globalização e superar a crise em que o mundo se encontra mergulhado.

Outra obra de grande impacto foi o livro-entrevista ‘Luz do Mundo’, de 2010, resultante de uma conversa com o jornalista alemão Peter Seewald, um registo que permitiu dar a conhecer Bento XVI e o seu pensamento sobre temas centrais para a Igreja e a sociedade. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Ecclésia)

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