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Papa falou do «genocídio» armênio, sem espírito «ofensivo»

Roma – (Segunda-feira, 27/06/2016, Gaudium Press) – Durante o voo de regresso a Roma, vindo de Erevan, após uma visita de três dias à Armênia, Francisco explicou, ainda ontem, que utilizou em suas palavras o termo “genocídio” para se referir à morte de centenas de milhares de pessoas na Armênia, há 100 anos, e que, com isto, não pretendia manifestar qualquer “espírito ofensivo” em relação à nação Turca.

Reação na Turquia

O vice-primeiro-ministro da Turquia disse, no sábado, que as declarações do Papa condenando o “genocídio” armênio tinham sido infelizes e revelavam uma “mentalidade de Cruzada”.

A reação surgiu depois de Francisco ter dito na sexta-feira, em Erevan, capital da Armênia, que as mortes de cerca de um milhão de pessoas há 100 anos, pelas mãos do Império Otomano, foi um “genocídio” que deu início aos “massacres” do século XX.

Vocabulário portenho e os “três genocídios”

“Na Argentina, quando se falava do extermínio armênio, usava-se sempre a palavra genocídio”, disse Francisco aos jornalistas em sua viagem de regresso a Roma.

O Papa disse que sempre falou em “três genocídios” dentro do âmbito das duas Guerras Mundiais, do século XX: “o armênio, o de Hitler e o de Stalin”.

O Papa lembrou aos jornalistas que em 2015 já havia citado uma declaração de João Paulo II (2001) que continha a palavra “genocídio” e que isto havia provocado uma reação do governo turco. Os turcos levaram seu protesto até ao ponto de Ancara chamar seu Embaixador ao país para explicações. Mas que, logo, o embaixador regressou a seu posto junto da Santa Sé.

Francisco acredita que “teria soado muito estranho não dizer o mesmo que disse no ano passado” e que para ele, o fundamental é fazer uma “pergunta histórica” em relação aos três genocídios a que se refere: “Porque é que não fizeram nada?”.

Francisco falou de sua intenção de rezar em silêncio no campo de concentração de Auschwitz, que deverá visitar em julho, durante a JMJ-2016, local que ele considera como “um lugar de horror”: “Sozinho, entrar e rezar para que o Senhor me dê a graça de chorar”. (JSG)

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