Papa: oração é a via de saída para os fechamentos

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 29/06/2016, Gaudium Press) – Na data de 29 de junho a Igreja comemora em todo o mundo a Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.

Tradicionalmente, é neste dia que o Santo Padre impõe os Pálios aos novos Arcebispos metropolitas.

Neste ano não foi diferente:

Durante a Eucaristia presidida pelo Papa Francisco, na Basílica de São Pedro, foi realizada a cerimônia de imposição do pálio aos novos arcebispos.

Proveniência

Os 25 arcebispos eram provenientes da França, do Equador, dos Estados Unidos da América, das Antilhas, da Itália, da Espanha, da Bélgica, da Turquia, de Cuba, do México, da Polónia, das Ilhas Salomão, de Mianmar, do Benin e também do Brasil.

Foi imposto o Pálio a quatro arcebispos brasileiros: D. Roque Paloschi, de Porto Velho (Rondônia), D. Zanoni Demettino Castro, de Feira de Santana (Bahia), D. Rodolfo Luís Weber, de Passo Fundo (Rio Grande do Sul), D. Darci José Nicioli, C.SS.R. de Diamantina (Minas Gerais).

Pálio

É bom recordar que o Pálio é tecido com lã branca, tem cerca de 5cm de largura e dois apêndices – um na frente e outro nas costas. Possui seis cruzes bordadas em lã preta.
Quem os confeccionam são as monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília, em Roma. Elas utilizam a lã de dois cordeiros que são oferecidos ao Papa no dia 21 de janeiro de cada ano na Solenidade de Santa Inês.

Nos primeiros séculos do Cristianismo era de uso exclusivo dos Papas e passou a ser usado também pelos Arcebispos Metropolitanos a partir do século VI. E acabou por transformar-se em uma tradição que chegou até nossos dias.

O pálio é símbolo do serviço e da promoção da comunhão na própria Província Eclesiástica e na sua comunhão com a Sé Apostólica.

Palavras do Papa

Na sua homilia o Papa falou do binômio “fechamento/abertura” do qual vem o símbolo das chaves de S. Pedro.

“Jesus promete a Simão Pedro para que ele possa, sem dúvida, abrir às pessoas a entrada no Reino dos Céus, e não fechá-la como faziam alguns escribas e fariseus hipócritas que Jesus censura”, recordou Francisco.

Três fechamentos – via de saída

A leitura dos Atos dos Apóstolos (capítulo 12) “apresenta-nos três fechamentos: o de Pedro na prisão; o da comunidade reunida em oração; e o da casa de Maria, mãe de João chamado Marcos, a cuja porta foi bater Pedro depois de ter sido libertado”.

E a via de saída é a oração:

“No que diz respeito aos fechamentos a oração é a via de saída principal; é a via de saída para a comunidade, que corre o risco de se fechar em si mesma por causa da perseguição e do medo; via de saída para Pedro que, já no início da missão que o Senhor lhe confiara, é lançado na prisão por Herodes e corre o risco de ser condenado à morte. Enquanto Pedro estava na prisão, «a Igreja orava a Deus, instantemente, por ele» (At 12, 5).

E o Senhor responde à oração com o envio do seu anjo para o libertar, «arrancando-o das mãos de Herodes» (cf. v. 11).

A oração, como humilde entrega a Deus e à sua santa vontade, é sempre a via de saída dos nossos fechamentos pessoais e comunitários”, salientou o Papa. (JSG)