Bento XVI visto por seu Secretário Particular, no terceiro ano de sua renúncia

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 01/06/2016, Gaudium Press) – Quando o Papa Emérito Bento XVI completava 65 anos de ordenação sacerdotal, o Prefeito da Casa Pontifícia e secretário pessoal de Bento XVI, Dom Georg Gänswein, conversou com a EWTN e mostrou detalhes da vida de Ratzinger, três anos após sua renúncia ao Pontificado.

Para seu secretário particular, Bento XVI sempre “esteve em paz com relação à sua decisão de renunciar, porque era o caminho correto”.

“Isso me ajudou pessoalmente para vencer minha resistência inicial e aceitar a determinação do Papa Bento XVI, a qual conseguiu logo após muita luta e oração. Aceitar o que acreditava que era o correto”, confidenciou Dom Georg.

Prazeres do Papa

Dom Gänswein acentuou que os prazeres que o Papa Emérito mais desfruta atualmente são “ter tempo para a oração, reflexão, leitura e também para encontros pessoais”. E ele recorda com destaque encontro que teve com o Papa Francisco no dia 30 de junho de 2015, no Convento Mater Ecclesiae, lugar onde vive atualmente.

11 de fevereiro 2013

O Arcebispo quis recordar suas impressões daquela noite de 11 de fevereiro de 2013.

Um relâmpago iluminou a cúpula da basílica de São Pedro, no Vaticano, horas depois que o Papa Bento XVI tinha anunciado sua renúncia. Muitos observadores tinham interpretado tal acontecimento como uma “reação divina”.

“Naquele momento, conta o Prelado, tive que chorar abertamente. Entretanto, depois de três anos, houve muita reflexão, inclusive a reflexão pessoal”.

Dom Gänswein sublinhou que “a impressão foi de um sinal do alto, uma reação”. Além disso, ele contou que quando mostrou as imagens do incidente ao Papa, ele perguntou se era algum tipo de montagem fotográfica: Não era. “a natureza havia se manifestado”, afirma.

“Ministério petrino compartilhado”

Na entrevista levantou-se a questão de que se afirma a existência de cardeais que teriam ficado “incomodados ao ouvirem que a Igreja atualmente tem dois sucessores de São Pedro, vivos” e também pediu-se a Dom Gänswein uma resposta às recentes declarações que sugeriam que havia um “ministério petrino compartilhado”.

A resposta do secretário particular de Bento XVI foi clara: “Francisco é o Papa legítimo e foi legitimamente eleito. Mencionar que houve uma conversa de dois papas, um legítimo, outro ilegítimo, é, portanto, incorreto.

Bento XVI continua estando presente no recinto de Pedro, na oração e no sacrifício, o que deveria dar frutos espirituais”, afirmou Dom Gänswein.

Na conversa, o Prefeito da Casa Pontifícia rechaçou, também com firmeza, afirmações de que Francisco e Bento XVI conversem a respeito de problemas da Igreja e que inclusive tenham algum tipo de rivalidade e, ainda afirma para arrematar, que “aplicando um pouco de sentido comum, de fé e um pouco de teologia, isto deveria ser claro”. (JSG)