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Avança processo de beatificação do Padre João Schiavo

Caxias do Sul – Rio Grande do Sul (Quarta-feira, 27-07-2016, Gaudium Press) A Causa de Beatificação do Venerável Padre João Schiavo avançou mais uma etapa. Recentemente, o processo teve avaliação positiva da Comissão de Teólogos do Vaticano, composta por sete estudiosos da Congregação das Causas dos Santos.

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Na ocasião, os peritos analisaram as orações feitas por intercessão do sacerdote murialdino para obter a cura de Juvelino Carra, habitante de Caxias do Sul.

Agora, a expectativa é que ainda neste ano ocorra o reconhecimento do milagre pelos cardeais e bispos do Vaticano, no qual será emitido o Decreto reconhecendo que a cura em questão foi milagre.

Após esta definição, poderá assim ser anunciada a data oficial para a solenidade da Beatificação do Venerável Padre João Schiavo. Ao que tudo indica, a cerimônia deve acontecer na cidade gaúcha na qual provém o milagre, em 2017.

Etapas cumpridas do processo de beatificação

Introduzida na Diocese de Caxias do Sul pelo bispo Dom Paulo Moretto, em agosto de 2001, a Causa de Beatificação do Padre João Schiavo, desde então, vem passando por inúmeros processos de reconhecimento.

Ainda em 2001, foi aberto o processo diocesano sobre a vida, virtudes e fama de santidade do sacerdote, e concluído em outubro de 2003. Na época, o documento de comprovação foi entregue no Vaticano, em novembro do mesmo ano.

Mais tarde, em 2009, foi instaurado um novo processo na Diocese de Caxias do Sul, para analisar a cura de Juvelino Carra. Para isso, houve recolhimento de depoimentos dos médicos e enfermeiras que o atenderam e familiares próximos.

Em dezembro de 2015, após ter recebido o parecer da Comissão de Cardeais que analisaram o Livro sobre a vida, virtudes e fama da santidade do Servo de Deus, o Papa Francisco decretou a Venerabilidade do Padre João.

No mês de fevereiro deste ano, a Comissão de Médicos do Vaticano reconheceu, na documentação analisada, que a cura não tem explicação médico-científica.

Então, qual seria o “Milagre” analisado?

A história tem início em outubro de 1997. Naquele tempo, Juvelino Carra sofria de uma aguda dor intestinal. Logo, foi encaminhado para uma cirurgia de emergência, chamada laparotomia.

O médico cirurgião Dr. Ademir Cadore constatou, através de exames, que na realidade se tratava de uma trombose mesentérica venosa superior aguda, que envolvia todo o intestino delgado de Juvelino.

Após diversas avaliações médicas, foi tomada a decisão de desistir da cirurgia, fechar o abdômen e encaminhar o paciente à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para ser acompanhado até à iminente morte.

Gaudium Press.jpgAo saber da notícia, a esposa de Juvelino se colocou a rezar incessantemente pedindo a intercessão do Padre João Schiavo, e dizia repetidamente: “Padre João, tu deves sarar meu marido, tu deves ajudá-lo, tu deves reconduzi-lo para casa…”.

Em pouco tempo, as orações alcançaram a cura do esposo. Internado, Juvelino começava a dar sinais de melhora, o que surpreendeu amigos e familiares. Em sete dias, teve alta hospitalar, sem apresentar problemas ou sequelas.

Passados 12 anos do acontecido, por ocasião do processo sobre o presumível milagre, as avaliações da equipe médica do Vaticano confirmaram o estado de saúde normal do caxiense.

Padre João Schiavo

Sacerdote da Congregação dos Josefinos de Murialdo, nasceu na Itália, em Sant’Urbano de Montecchio Maggiore. Desde pequeno, tinha o desejo de seguir o sacerdócio. Então, ingressou na Congregação dos Josefinos de Murialdo. No ano de 1919, fez sua primeira Profissão Religiosa.

Em 10 de julho de 1927, com apenas 24 anos, foi ordenado sacerdote. Quatro anos mais tarde, realizava seu desejo de ser missionário e seguindo a ordem da obediência. Assim, partiu para o Brasil, chegando em Jaguarão, no Rio Grande do Sul, no dia 5 de setembro de 1931.

Em solo brasileiro, Padre João desenvolveu diversas atividades vocacionais, sendo o primeiro mestre de noviços da missão Josefina no Brasil.

Vivendo sua vocação e missão mais precisamente na Região de Caxias do Sul, em Ana Rech, foi professor, iniciador e diretor da Escola Normal Rural Murialdo; em Galópolis, diretor da Escola e pároco; em 1941, fundou o Seminário Josefino de Fazenda Souza, interior de Caxias do Sul, sendo o primeiro diretor dessa obra que marcaria futuras gerações de jovens.

Padre João foi o primeiro Superior Provincial dos Josefinos no Brasil, entre 1947 e 1956. À ele se deve o desenvolvimento das Obras Josefinas, bem como o reconhecimento oficial das escolas e a formação religiosa dos primeiros confrades brasileiros.

Em fevereiro de 1956, abdicou o cargo de Superior Provincial. Contudo, não deixou de acompanhar os trabalhos e continuou prestando serviço à sua Congregação e dedicando-se às Irmãs Murialdinas.

Em seus últimos dias de vida, Padre João Schiavo, que já tinha a fama de santo, estava com a saúde há tempo debilitada. Em 27 de janeiro de 1967, veio a falecer, deixando seu legado e história para os religiosos josefinos e murialdinos.

A sepultura do religioso, situada atualmente no interior de uma capela que leva o seu nome, em Fazenda Souza, é visto como um local de orações e peregrinações.

Em todo o dia 27, às 16h, é celebrada missa em sua memória. Por sua intercessão são atribuídas muitas graças.

A fama de santidade do Padre João entende-se até mesmo para fora do Brasil, com relatos de graças alcançadas na Argentina e Equador. (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações Diocese de Caxias do Sul

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