Gaudium news > Polônia em 2016: Um bastião católico que também enfrenta o secularismo

Polônia em 2016: Um bastião católico que também enfrenta o secularismo

Cracóvia – Polônia (Sexta-feira, 29-07-2016, Gaudium Press) Polônia é um dos países mais católicos do mundo e a JMJ Cracóvia 2016 é uma excelente oportunidade para mostrar ao mundo a vitalidade de uma Igreja que suportou várias ondas de perseguição. Apesar da identidade católica do país estar fora de dúvida, a Polônia compartilha a influência das correntes secularistas e a Igreja trabalha para preservar os fiéis do distanciamento característico de outras sociedades europeias.

Polônia em 2016 Um bastião católico que também enfrenta o secularismo.jpg

Nestas circunstâncias, a Jornada Mundial da Juventude apresenta um duplo benefício: ao serem anfitriões do encontro mundial, os católicos vem reanimada sua Fé com o entusiasmo dos jovens peregrinos, capazes de contagiar com sua alegria àqueles que consideram a religião como um assunto do passado. Além disso, os crentes de outras latitudes, onde se padecem limitações à liberdade religiosa ou existe um clima cultural contrário à Fé, podem experimentar que construir uma sociedade abertamente católica é possível e que a Fé pode jogar um papel preponderante na dimensão pública da sociedade.

Uma das diferenças mais chamativas para os peregrinos poderia ser a presença de símbolos religiosos em muitos lugares, incluindo as instituições públicas, assim como a extensa participação dos crentes em atividades como a catequese, a qual assistem até 90% das crianças em idade escolar. A vivência da Fé na Polônia é também distinta em certos aspectos. Filip Mazurczak, redator para Catholic World Report, descreveu que enquanto em alguns países quase a totalidade dos fiéis participa da Comunhão Eucarística, na Polônia somente 16,3% dos fiéis comunga, devido à consciência arraigada de que o Sacramento exige uma profunda preparação e um sacro temor à possibilidade de cometer sacrilégio. Em estatísticas de 2014, por volta de 70% dos poloneses acudiram à Confissão ao menos em tempo de Quaresma.

Com respeito ao número de sacerdotes, uma forte queda no número de nascimentos desde 1983 motivou um descenso na cifra de vocações, mas o número de seminaristas se mantêm muito similar ao dos Estados Unidos apesar de a Polônia ter a metade de sua povoação. As vocações à vida religiosa masculina aumentaram em 25 por cento nos últimos três anos. A Liturgia é normalmente acompanhada de órgão, salvo poucas exceções, a Comunhão é administrada na boca (com uma única Diocese que introduz a Comunhão na mão para retirá-la rapidamente) e de 350 mil acólitos, somente 500 são mulheres. Os sacerdotes frequentemente usam batina durante sua vida cotidiana.

As manifestações públicas da Fé, com notáveis peregrinações e mostras de piedade popular, são acompanhadas de expressões de Fé na vida pública que reverteram o ambiente de perseguição do regime comunista soviético. A prática do aborto, comum no regime da União Soviética, foi substituída por uma cultura pró-vida que conseguiu proibir a prática em 1993 na maioria dos casos. O setor da povoação com maior compromisso neste sentido são os jovens menores de 24 anos, o que faz prever um futuro no qual poderiam reverter-se as exceções nas quais ainda se praticam abortos no país.

A recente celebração dos 1050 anos do Batismo da Polônia une ainda mais estreitamente a identidade do país à sua acolhida à Fé cristã. O testemunho da Polônia é uma mensagem de grande atualidade para a Europa e para o mundo. (GPE/EPC)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas