A família como a escola da vida é tema de artigo do Arcebispo de Belo Horizonte
Belo Horizonte – Minas Gerais (Sexta-feira, 29-07-2016, Gaudium Press) O Arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, em mais um de seus artigos, refletiu sobre a família como a escola da vida.
Logo no início, Dom Walmor afirma “Há uma perigosa, progressiva e ameaçadora perda do sentido da vida como dom precioso. São muitos os cenários que comprovam a maneira relativista com que se vem tratando a vida: o resultado é a crescente perda de seu valor sagrado. Assim, torna-se urgente compreender e investir sempre mais em processos educativos que permitam o enfrentamento dessa realidade problemática e ameaçadora”.
“Nesse cenário, gravíssimo é constatar o quanto está corroído o núcleo da consciência individual pelas escolhas subjetivistas, voluntaristas, norteadas por conveniências que relevam até mesmo preconceitos e ódios. Desse modo, esses adiantados processos de delinquência surgem na contramão de tudo o que se pode presumir”, informa.
Segundo o prelado, “não bastam, porém, apenas intervenções pontuais nessas situações todas. É preciso completa reorganização nos funcionamentos da sociedade, considerando, sobretudo, o apreço sagrado pelo dom da vida”. Nesse aspecto, continuou, inclui-se “o enorme desafio de articular a complexidade e a diversidade das linguagens e das simbologias em meio às velozes transformações socioeconômicas, religiosas, políticas, culturais e ambientais”.
“Também não bastam as intervenções estruturais na organização externa das realidades urbanas. É preciso investir em contextos com impactos estruturantes. No cenário amplo dos investimentos educativos, os governos, as igrejas, as academias e os demais segmentos devem priorizar a família, sempre mais”.
Contudo, “mesmo considerando-se superada a fase vivida recentemente, de relativização da família e até mesmo da preconização do seu fim, ainda são necessários ajustes na compreensão do que ela realmente representa”.
Dom Walmor acredita ser “essencial ter-se a clareza da importância de se constituir o núcleo familiar para ser qualificado no contexto educativo e, assim, ser capaz de questionar as realidades”.
“Antes e acima do ensino formal, está a família. Escola indispensável, nela se configuram os elementos estruturantes do caráter, da socialização, do exercício da liberdade, da cidadania e da capacidade de amar. Tudo isso mantém acesa a chama do respeito à sacralidade da vida, força capaz de reconfigurar os cenários que a ameaçam”, acrescenta.
Ainda conforme o Arcebispo de Belo Horizonte, “é na família que nasce o novo caminho no enfrentamento daquilo que esgarça o tecido da cultura urbana, ao formar cidadãos capazes de oferecer a força do testemunho imprescindível a toda transformação, fundamentado na justiça, na verdade e na paz. Essa competência para intervir positivamente na realidade estrutura-se primeiramente a partir das relações familiares. Com a preponderância das figuras parentais é que se dá o aprendizado da indispensável dinâmica da reciprocidade, do sentido do outro, de sua dignidade e, sobretudo, do gosto por amparar e promover a vida”.
“A primeira e mais importante escola da vida não pode, contudo, caminhar sozinha. Esses desafios todos exigem políticas públicas adequadas, espiritualidade qualificada, sentido social e político da cidadania, que resultem em práticas capazes de fecundar o respeito incondicional à vida”, lembra.
No final de seu artigo, Dom Walmor ressalta que “a abordagem desta questão, emoldurada pela complexidade da cultura urbana contemporânea e pela realidade desafiadora própria da família, convida a refletir, debater e investir em novos cenários para fazer da vida familiar uma verdadeira escola. Todos somos sempre aprendizes”. (LMI)
Da redação Gaudium Press, com informações Arquidiocese de Belo Horizonte
Deixe seu comentário